Brasil Pack Trends 2020

BrasilPackTrends2020 157 qual idade & novas tecnologias Rastreabilidade, comunicação e interatividade Diversas tecnologias, tanto já em uso quanto ain- da em desenvolvimento, apresentam foco na rastreabi- lidade e identificação de produtos, características cada vez mais procuradas e exigidas por produtores, varejis- tas e consumidores. Tais tecnologias se valem da codi- ficação de dados, a fim de incorporar na embalagem as informações de interesse. Além disso, a embalagem pode promover a inte- ratividade ou fazer um convite ao envolvimento do con- sumidor, por meio de informações e entretenimento. Esse papel interativo da embalagem pode ser aplicado a sistemas inovadores acoplados à embalagem (RAITHA- THA, 2009). Os códigos de barra e números de lote são atual- mente os modos mais comuns de rastrear o ciclo de vida de um produto, sejam eles aplicados na embalagem pri- mária ou secundária. Eles permitem que fornecedores e vendedores rastreiem a distribuição de um produto até que este chegue ao consumidor. Assim como os indi- cadores tempo-temperatura, que rastreiam o ambiente de distribuição de um produto, o desenvolvimento das etiquetas de identificação por radiofrequência RFID (do inglês Radio-Frequency Identification ) pode monitorar cada estágio da cadeia de distribuição. Uma etiqueta de RFID é essencialmente um sis- tema de rastreamento ou uma etiqueta inteligente que pode rastrear cada item conectando-se a um sistema de informação em rede. Pode ser lida individualmente ou em grupo e até mesmo a distância. Informações po- dem ser acrescentadas pelos elos da cadeia, durante a distribuição. Consistem em dois módulos, sendo um para processamento e armazenamento de informações e outro para transmitir e receber informações da rede. Um dispositivo à parte, o leitor, é utilizado para obter informações da etiqueta. As etiquetas de RFID per- mitem o monitoramento de múltiplos itens ao longo da cadeia de distribuição, sem a necessidade de uma verificação visual, aumentando, assim, a velocidade e a eficiência da distribuição. Consequentemente, espe- ra-se que estas substituam os códigos de barra (BAR- NETT, 2011a). No futuro espera-se que as etiquetas de RFID se- jam multifuncionais, agregando sensores para monito- ramento, comunicação e ajustes. Por exemplo, reunin- do sensores de tempo-temperatura ligados a banco de dados, para informar varejistas sobre a vida útil rema- nescente de produtos perecíveis e controle de estoque. Atualmente, a maioria das etiquetas RFID utiliza semicondutores à base de silício. Porém, existem al- gumas tecnologias em desenvolvimento com base em eletrônica impressa, utilizando polímeros condutivos (pentacenos, oligotiofenos) e tintas metálicas (nanopar- tículas de cobre, prata e ouro). Outra área de pesquisa envolve o uso de nanotubos de carbono como o mó- dulo de antena na etiqueta de RFID, para transmitir e receber informações, embora isso ainda não esteja tão desenvolvido quanto a tecnologia de tintas conduti- vas baseadas em nanopartículas metálicas (BARNETT, 2011a). Assim, acredita-se que a nanotecnologia possa trazer muitas inovações nessa área. Muitos sistemas estão sendo desenvolvidos, in- cluindo códigos de barra em nanoescala, pontos quân- ticos e partículas magnéticas, porém, ainda não é clara a probabilidade de que tais tecnologias sejam ampla- mente utilizadas em embalagens para alimentos e isso dependerá do custo unitário e da facilidade de uso. É mais provável que as etiquetas de RFID servirão ao duplo propósito de rastrear e autenticar itens (ROBIN- SON; MORRISON, 2010). Em relação à eletrônica impressa e às etique- tas de RFID, há várias companhias desenvolvendo e comercializando essas tecnologias. Empresas como a CimaNanoTech e Novacentrix fabricam tintas à base de nanopartículas de cobre e prata. Estas podem ser formuladas em suspensões aquosas ou orgânicas e im- pressas em diversos substratos. Outros players ativos incluem DuPont, HP, Samsung e Hitachi (ROBINSON; MORRISON, 2010). Outros exemplos de tecnologias voltadas à ras- treabilidade são da empresa FreshPoint, denominadas CoolVu. Uma delas, a CoolVu Active Barcode ( Figura 6.23 ), consiste em um código de barras ativo, transfor- mando os códigos tradicionais em ferramentas inteligen- tes de rastreabilidade, nas quais uma reação dependente

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