Brasil Pack Trends 2020
BrasilPackTrends2020 167 qual idade & novas tecnologias Para ser certificado como biodegradável compos- tável, um biopolímero deve atender a certas normas, no Brasil ABNT NBR 15448-2 (2008), nos EUA ASTM D 6400 (2012) e na Europa EN 13432 (2000) e EN 14995 (2006). A diferença entre plástico apenas biodegradável e o compostável é importante. Por exemplo, um filme de menos de 20µm de PLA é compostável, enquanto filmes mais espessos não são compostáveis, porque não se decompõem rápido o suficiente para ser considera- dos compostáveis (BARNETT, 2011b). O processo de oxidegradação está associado a polímeros de fonte fóssil com aditivos à base de sais metálicos que catalisam a degradação da estrutura química, gerando moléculas de menor massa mole- cular, não biodegradáveis, e partículas inorgânicas. O processo é ativado pela exposição a certos fatores como calor, radiação UV e umidade. Em aterros sem oxigênio, sem temperatura adequada e sem luz não há oxidegradação. Comprometem a cadeia normal de reci- clagem, pois causam degradação da estrutura química do recilado e não são compostados em usinas indus- triais de compostagem. Plásticos oxidegradáveis não são tradicionalmente classificados como biopolímeros, pois normalmente não atendem aos requisitos de cer- tificação das normas ABNT NBR 15448-2 (2008), ASTM D 6400 (2012) ou EN 13432 (2000), EN 14995 (2006) ou ISO 17088 (2012), já que levam mais de 180 dias para se degradar nas condições es- pecificadas nas normas. A despeito das definições de biopolímeros existem normas que auxiliam a avaliação destes novos materiais, como a norma brasileira ABNT NBR 15448-2 (2008), as normas americanas ASTM D 6400 (2012) para plásticos compostáveis, ASTM D 6868 (2011) para revestimentos de papel e outros substratos compostáveis e as normas européias EN 13432 (2000 + AC 2005) para embala- gens e EN 14995 (2006) para materiais, que garantem biodegradabilidade, rápida compostabilidade e geração de substâncias não tóxicas. Sistemas de certificação es- tabelecidos pelo Biodegradable Products Institute – BPI, DIN/CERTCO e outras instituições atestam o desempe- nho de materiais biodegradáveis. Segundo o relatório de tendências de 2011 do PMMI (PACKAGING..., 2011), “embora o conceito de material compostável e/ou biodegradável tenha muito apelo, atualmente muito pouco material de embalagem é realmente compostado. Não há uma infraestrutura significativa de compostagem espalhada pelos Estados Unidos. Na Europa, a diretiva da European Union’s Landfill restringiu o aterro de resíduo biodegradável. Como resultado, alguns países europeus têm uma in- fraestrutura de compostagem bem estabelecida, outros não. No Japão, uma lei de 2001, a Food Recycling Law, favoreceu o aumento de usinas de compostagem e de taxas de compostagem”. No Brasil, em 2008, a compos- tagem correspondeu a 0,8% da destinação de resíduos coletados (IBGE, 2010), o que é inexpressivo, mas com a instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos espera-se um aumento das usinas de compostagem. Biopolímeros podem ser formados organicamente na natureza por organismos vivos (agropolímeros) ou ser sintetizados quimicamente a partir de fontes renová- veis. A produção do biopolímero pode ser via polimeri- zação de moléculas naturais ou modificação química de um polímero natural. Os agropolímeros são biopolímeros de origem vegetal ou animal, obtidos diretamente da biomassa. Geralmente são derivados do amido (milho, batata, tri- go), da celulose, de proteínas (soro de leite, soja) e de materiais lipídicos (triglicerídeos). A quitosana é um biopolímero (carboidrato) natural modificado, obtido a partir da quitina, que é um biopolímero presente na ca- rapaça de crustáceos, mas também pode ser encontra- da em alguns fungos e leveduras. Quitina e quitosana são biopolímeros altamente disponíveis e suas estrutu- ras permitem inúmeras possibilidades de modificações químicas e físicas para gerar novas propriedades, fun- cionalidades e aplicações. Vale ressaltar que os biopolímeros derivados de polissacarídeos (amido) têm recebido muita atenção, devido à sua compostabilidade, boa barreira a gases e versatilidade. Podem ser utilizados em blends de amido ou misturados com celulose, poliésteres compostáveis, lignina, pectina, proteína ou transformados em nano- compósitos. Contudo, sua alta sensibilidade à umidade
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