Brasil Pack Trends 2020

BrasilPackTrends2020 193 sustentabi l idade & ética A empresa tailandesa Panorama SOY Ink Co. Ltd. desenvolveu tintas à base de óleos vegetais reciclados. As tintas possuem 45% de óleo pós-consumo, 21% de pig- mentos e 34% de breu, não contêm compostos orgânicos voláteis, têm boa resistência à abrasão, alto brilho e boa estabilidade de cor. Secam mais rápido, têm nitidez de ponto superior às tintas tradicionais e podem ser aplica- das em superfícies de papel ou plástico (DENT, 2011). Outro conceito importante é o do Design for Re- cyclability , ou seja, o de repensar a embalagem pro- jetando-a para que a reciclagem da mesma seja fa- cilmente realizada nos equipamentos disponíveis no mercado. Um bom exemplo é o da tecnologia para impressão holográfica chamada HoloBrite TM ( Figura 7.20 ), que imprime diretamente no cartão, conferindo aparência brilhante sem a necessidade do uso de fil- me de laminação de poliéster ou metal. FIGURA 7.20 Exemplo de Design for Recyclability Fonte: Divulgação Esse processo permite que a embalagem seja re- ciclada nos equipamentos normalmente utilizados na reciclagem de aparas de papel e cartão, sem a geração de rejeito plástico. Essa tecnologia foi adotada pelas indústrias Paperworks na impressão do cartucho para o creme dental Aquafresh (MOHAN, 2012). Pegadas de Carbono ( Carbonfootprint ) e Água ( Waterfootprint ) Questões ambientais sempre são de caráter amplo e de difícil interpretação. A ACV talvez possa ser consi- derada uma das metodologias ambientais mais amplas, pois consegue vincular, por meio de sua unidade fun- cional, parâmetros normalmente incomparáveis, de di- versas ordens, como o uso de energia, de água, a eutro- fização dos corpos aquáticos, a acidificação, o uso de terra, o consumo de recursos naturais etc. Exatamente por essa abrangência de enfoques, que a aproxima da realidade, é que a metodologia vem se disseminando pelo mundo e ganhando importância em todos os se- tores. Uma de suas premissas, por exemplo, é de que vários aspectos ambientais sejam avaliados, assim não se permite referenciar a metodologia em estudos que não incluam várias categorias de impacto ambiental ao mesmo tempo. Dada a natureza complexa dessas questões e a necessidade de se tomarem ações urgentes para redu- zir os impactos ambientais das atividades humanas, algumas derivações mais simplificadas da ACV têm sido aplicadas em questões consideradas cruciais, tais as pegadas de carbono ( Carbonfootprint ) e de água ( Waterfootprint ). Essas novas métricas, originadas dos estudos de ACV, aproveitam a abordagem da “cadeia produti- va”, mas focalizam apenas alguns aspectos, como o da emissão de gases de efeito estufa, medida por meio da pegada de carbono. Considerando a importância das consequências da emissão desses gases, é de grande valia o monitoramento e a mitigação das mesmas. A pegada de carbono, ou carbonfootprint, é a quantificação da emissão dos gases de efeito estufa de um produto ou serviço ao longo de seu ciclo de vida, da extração de matérias-primas, processamen- to, distribuição e uso até a disposição final. Esse termo é expresso em unidades equivalentes de gás carbônico (CO 2 equiv.). Nas normas ISO 14040 e ISO 14044, a “pegada de carbono” aparece na for- ma da categoria de impacto ambiental de Potencial de Aquecimento Global. O termo carbonfootprint, bem como a forma de sua quantificação, é descri- to no documento PAS 2050 (BRITISH STANDARD INSTITUTION, 2011). Alguns produtos já fazem apelo ao carbonfootprint na própria embalagem, como o chocolate da Bloomsber- ry &CO ( Figura 7.21 ), que divulga como o consumidor pode reduzir a pegada de carbono e os efeitos das mu- danças climáticas.

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