Alimentos Industrializados

26 a necessidade de melhorar a comunicação com o consumidor de alimentos e bebidas Alimentos Industrializados 4 O mito do alimento “ultraprocessado” Como observado na Parte 3, a “classificação” NOVA não utiliza, efetivamente, o grau de processamento como critério para separar alimentos em grupos homogêneos. Essa classificação reúne os alimentos que considera libe- rados para consumo nas classes de “alimentos in natura e minimamente processados” e de “ingredientes culinários processados” os quais só devem ser usados com modera- ção em preparações culinárias domésticas. De modo geral, condena o consumo de alimentos processados, separan- do-os em duas classes: “alimentos processados” e “ali- mentos ultraprocessados”. É especialmente essa última classe que recebe uma descrição bastante detalhada das características capazes de diferenciá-los dos demais alimentos. Em termos práticos, a termi- nologia utilizada na “classifi- cação” NOVA serve para dar uma conotação técnica aos grupos de alimentos indus- trializados que, na visão particular dos seus criado- res, deveriam ser evitados. De modo geral, o uso dos termos “minimamente” e “ultra” serve como um véu que, ao ser retirado pela sua inconsistência científica e prática, revela ideologias antigas de ativistas e profissionais contrá- rios à indústria de alimentos e bebidas, defensores do con- sumo exclusivo de alimentos in natura, predominantemente vegetais, somente preparados nos lares. Do ponto de vista nutricional, não há novidade, pois repete recomendações há tempo propagadas, no sentido de consumir mais alimen- tos nutritivos e moderar o consumo de alimentos calóricos, com muito sal, açúcar e gorduras. A análise crítica das características especificadas para definir alimentos como sendo “ultraprocessados” (Figura 4.1) revela como esse conceito está base- ado em premissas que contradizem as agências regulatórias, que não têm relação direta com o conteúdo dos produtos e que se verificam falsas para a maioria das categorias de produtos industrializados rotuladas como “alimentos ultraprocessados”.

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