Lácteos e Saúde

11 COMPOSIÇÃO DO LEITE O leite é constituído por água, lipídeos, proteínas, carboidratos, vitaminas e sais minerais. Todos estes componentes são abordados com detalhes nas outras palestras apresentadas no Simpósio Lácteos e Saúde. Porém, alguns aspectos referentes à lactose não foram comentados e merecem ser destacados, pois com a questão da intolerância à lactose, muito se tem falado sobre as desvantagens deste nutriente e quase nada sobre as suas vantagens. Neste aspecto, é importante ressaltar que no organismo humano a lactose pode exercer importantes funções, tais como: • Fornecer energia e proporcionar o crescimento dos lactentes, além de contribuir para a absorção de água e o amolecimento das fezes (SILVA et al., 2016); • Influenciar na absorção intestinal de fósforo e na utilização da vitamina D (SILVA et al., 2016); • Auxiliar no desenvolvimento de uma microbiota intestinal adequada (acidogênica) exercendo um efeito protetor contra o desenvolvimento de afecções gastrintestinais por micro-organismos putrefativos; • Poder facilitar a absorção intestinal do cálcio e mantê-lo em forma solúvel até que este alcance a porção distal do intestino e seja absorvido por vias não saturáveis e independentes da vitamina D. A lactose é especialmente importante para crianças e idosos que têm exigências maiores de ingestão de cálcio já que ela eleva a solubilidade deste mineral e, portanto, contribui para sua absorção por difusão passiva (GUÉGUEN, POINTILLART, 2000; EKMEKCIOGLU, 2000; COMINETTI et al., 2009). Para ser absorvida, a lactose é hidrolisada em glicose e galactose. A glicose é a principal fonte de energia do nosso organismo. A galactose também é um nutriente energético, além de ser um substrato necessário na biossíntese de muitas macromoléculas no corpo humano. A galactose é constituinte importante dos polissacarídeos complexos, os quais são parte dos glicoconjugados celulares. Estes são elementos primordiais como determinantes imunológicos, nos hormônios, estruturas de membranas celulares, lecitina endógena e outras numerosas glicoproteínas (PERRONE et al., 2016). Adicionalmente é um constituinte dos galactolipídeos, necessários para o desenvolvimento do sistema nervoso central.

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