Brasil Food Trends

BrasilFoodTrends2020 14 gia recentemente complementada pela biotecnologia e, mais atualmente, pela nanotecnologia. b) Uso intensivo e racional de defensivos agrícolas e fertilizantes. c) Novas máquinas e implementos agrícolas, adaptados a tecnologias como a agri- cultura de precisão. d) Novos métodos de manejo agrícola e o advento de técnicas conservacionistas. A adoção dessas ferramentas, isolada ou conjuntamen- te, foi a base para a grande mudança no padrão de produção agrícola, a chamada Revolução Verde. A partir da Segunda Guerra Mundial, as inovações cumpriram com seus objetivos: proporcionaram um expressivo aumento da oferta de alimen- tos e criaram a cultura da busca continuada por novos induto- res da produção, com a premissa fundamental da preservação do ativo terra. Os efeitos foram significativos, como observado no Gráfico 1. No Brasil, a relativa disponibilidade de terras retardou os efeitos locais da Revolução Verde, a exemplo da produtivi- dade do milho que, na média de 1976 a 1992, era de 1.700 kg/ha, semelhante à observada na década de 1940 nos Esta- dos Unidos. Apesar do substancial aumento da produtividade lo- cal do grão, para os atuais 3.700 kg/ha, os indicadores bra- sileiros estão muito aquém dos já alcançados nos campos norte-americanos, de 10.000 kg/ha, demonstrando o enorme potencial do Brasil em ampliar a sua participação na oferta mundial de alimentos. Uma importante consequência da adoção do novo mo- delo produtivo foi a crescente necessidade de profissionali- zação das atividades agropecuárias. A produção e a compe- titividade passaram a depender da aquisição de máquinas e implementos, da correta alocação agronômica de insumos, do criterioso acompanhamento dos mercados físico e futuro, do bom relacionamento com a indústria e do entendimento adequado do mercado de crédito para aquisição de financia- mentos, entre outros. Isso levou a uma reestruturação dos agentes produtivos, com a saída gradual dos menos competitivos e a consolida- ção dos mais eficientes, proporcionando um cenário adequado para o surgimento de uma agricultura de escala. Entretanto, um modelo produtivo baseado em insumos finitos para a produção, além da terra, criou uma situação po- tencialmente problemática para o futuro: o que fazer quando estiverem exauridas as reservas de matérias-primas, principal- mente as fontes fósseis de energia e fertilizantes? É possível afirmar que, se novas tecnologias não forem desenvolvidas na velocidade necessária, corre-se o risco de retorno aos níveis Fonte: USDA/NASS Elaboração: Fiesp/Deagro a p r o d u ç ã o d e a l i m e n t o s Estados Unidos – produtividade de G ráfico 1 milho, trigo e cevada no período de 1866 a 2009 (2) (kg por hectare) 1866 1871 1876 1881 1886 1891 1896 1901 1906 1911 1916 1921 1926 1931 1936 1941 1946 1951 1956 1961 1966 1971 1976 1981 1986 1991 1996 2001 2006 - 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 Milho Trigo Cevada

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