Alimentos Industrializados

17 os desafios da comunicação sobre alimentos industrializados e saúde Alimentos Industrializados Se o problema fosse apenas de natureza técnica, po- deria ser facilmente resolvido. Porém, a propagação de in- formações sem o devido cuidado torna-se interessante em algumas circunstâncias específicas: • As comunicações que traduzem associações estatísti- cas como se fossem relações de causa e efeito captu- ram mais a atenção dos consumidores, proporcionando ganhos em audiência em diferentes mídias e ainda fa- cilitando a venda de publicações sobre o assunto. • A insegurança causada nos consumidores fomenta a demanda por orientação sobre a melhor dieta, gerando interesse por palestras, reportagens, programas de tele- visão e rádio, serviços de assessoria, livros de dietas etc. Nas últimas décadas, os avanços na ciência e tecno- logia de alimentos passaram despercebidos por grande parcela da população. Essa lacuna precisa ser preenchida com informações confiáveis di- fundidas através de meios de comunicação que alcancem a sociedade como um todo. Com esse intuito, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) criou o website “ali- mentos processados” (www.alimentosproces- sados.com.br ) que aborda diversos aspectos científicos e tecnológicos relacionados ao processamento de alimentos, oferecendo uma visão abrangente sobre o setor industrial de ali- mentos e bebidas não alcoólicas e esclarecen- do vários mitos com fatos e informações técni- cas cientificamente comprovados. Quem ganha com a comunicação sem critérios científicos consistentes? • As comunicações dessa natureza tendem a criar um falso estado de alerta sobre os perigos à saúde pública, servindo como justificativas de ações ou políticas pú- blicas contrárias a algum alimento aprovado e conside- rado seguro pelas autoridades de saúde. • Comunicações condenando ou enaltecendo um alimen- to/ingrediente alimentício geram um mercado paralelo à margem da legislação, altamente lucrativo, uma vez que os consumidores tendem a pagar mais por produ- tos veiculados como “naturais”, “puros”, “verdadei- ros”, “reais” etc., ou seja, com alegações subjetivas sem amparo da legislação vigente. A necessidade de informar adequadamente a sociedade

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