Alimentos Industrializados

55 a indústria de alimentos e bebidas no Brasil Alimentos Industrializados Da segunda metade do século XVIII à primeira metade do século XIX, houve o período denominado Revolução In- dustrial, marcado pela rápida transição do modo de fabri- cação artesanal e manual para a produção industrial base- ada em novas tecnologias de processamento, uso de vapor como fonte energética e divisão do trabalho, entre outros fatores. Inicialmente mais predominantes na indústria têx- til do Reino Unido, os novos métodos de produção foram sendo adotados em outros países e setores industriais. Entretanto, no Brasil, até 1808 houve restrição dos governantes ao desenvolvimento da produção industrial em território nacional, excetuando-se alguns produtos destinados ao consumo interno. Isso representou um atraso na produção industrial de alimentos no Brasil em relação às grandes transformações ocorridas no período da Revolução Industrial, que determinou a era moderna de processamento de alimentos de forma mecanizada, em grande escala. Mesmo após a revogação da proibição, em 1808, o de- senvolvimento da indústria nacional foi lento até o fim do século XIX, com crescimento mais intenso no início do sé- culo XX. O censo industrial de 1920 (RECENSEAMENTO..., 1927) revelou uma indústria de alimentos já bem represen- tativa, com 2.709 empresas de um total de 13.336 empre- sas do setor industrial como um todo. Na época, a produção industrial predominante estava concentrada na moagem de cereais (478 estabelecimentos), beneficiamento de arroz (303), torrefação e moagem de café (455), beneficiamento de café (353), manteiga e queijos (303), massas alimentí- cias (188), banha (126), doces (115), conservas de peixe e carne (91), refinação de açúcar (88), vinagre, massa de tomate e outros itens diversos (63). Entre 1920 e 1950, verifica-se um grande aumen- to do número de estabelecimentos da indústria de ali- mentos, de 2.709 para 32.872 indústrias. Entre 1950 10 A indústria de alimentos e bebidas no Brasil e 1960, o número manteve-se praticamente estável, vol- tando a crescer bastante de 1960 a 1970. Vários fatores são identificados como impulsionadores do processo de industrialização no Brasil, entre esses o ritmo de cres- cimento da economia, as políticas governamentais de apoio ao desenvolvimento industrial e substituição de importações, a 2ª Guerra Mundial, que reduziu o fluxo de importações, o crescimento acelerado da população urbana e o crescimento da renda per capita, melhora da infraestrutura de transportes, energia e comunicações e atração do capital estrangeiro, entre outros.

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