Brasil Food Trends

115 BrasilFoodTrends2020 A interatividade entre o consumidor infantil e a emba- lagem se dá em dois níveis: físico e emocional. A interação física envolve criação, construção, montagem, desmontagem, separação, quebra de qualquer elemento da embalagem. A interação emocional vem na forma de promoções, que podem ser educacionais, programas de fidelidade, competições, pre- miações etc. (5) . Diante da grande concorrência entre as marcas, é crescente a importância da atratividade dos alimentos e be- bidas para o público infantil, especialmente por meio de uma embalagem concebida especificamente para eles, na tentati- va de fidelizá-los. Falando a linguagem dos adolescentes: a embalagem como “mídia quente” Em busca do mercado de consumidores adolescentes, as empresas criarão produtos exclusivos para uma faixa etá- ria em que a troca de informações é cada vez mais rápida, o desapego e o aspecto descartável das coisas são crescentes, reforçando o dinamismo desse público, que deve ser passado para as embalagens. Para isso, é preciso inovar sempre e com agilidade, traduzindo os desejos, as tendências, os códigos de cores e a linguagem desse consumidor. Os projetos de emba- lagem deverão se diferenciar por uma carga emocional maior e serão mais “descontraídos”. Os destaques serão marcas, ícones, personagens e sensações, com apelo para o dinamis- mo na linguagem. Esse consumidor espera algo divertido, intrigante e fora do convencional. A embalagem deve surpreendê-lo, ser diverti- da, lúdica e interativa. A surpresa pode vir no uso de embala- gens de outra categoria, como aquelas que se parecem com as de remédio, sendo usadas para confeitos. Atrair os consumidores jovens exigirá investimento em tecnologia. Um exemplo são as latas de alumínio que utilizam na impressão tinta UV, que brilha no escuro quando exposta à luz negra das casas noturnas. Outro exemplo é a interatividade com promoções relacionadas à internet, permitindo a persona- lização de rótulos, com fotos e mensagens. Assim, para esse público, a embalagem deverá ser uma mídia quente, ou seja, deverá ir além da funcionalidade e estimular a comunicação, tornando-se um meio para tratar temas como saúde, exercícios, “galera”, sustentabilidade ou novos valores. 5.3.2. SAúDE E BEm-ESTAr Em TEmPOS DE ESTrESSE De acordo com uma pesquisa mundial realizada pela ACNielsen (6) , a América Latina aparece como destaque em re- lação ao interesse do consumidor por informações nutricionais nas embalagens, com foco nos conteúdos de calorias, gordu- ras, fibras e proteínas. Essa mesma pesquisa mostra que o Brasil se destaca na região, com uma população com grande interesse por tais informações. A embalagem como ferramenta para a saudabilidade Uma pesquisa realizada com 1.200 brasileiros, entre dezembro de 2007 e janeiro de 2008, pelo instituto de pes- quisas Ipsos, revela que 49% dos entrevistados têm dificul- dades para escolher alimentos saudáveis e 75% gostariam que a indústria ajudasse em suas escolhas no momento da compra (7) . Nesse sentido, existem atualmente alguns selos para orientar o consumidor, como, por exemplo, o selo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que identifica produtos que auxiliam o consumidor na prevenção de doenças cardiovascu- lares (8) . Outro exemplo é o selo Minha Escolha, que tem por objetivo identificar os produtos que estejam de acordo com os critérios considerados saudáveis em relação à quantidade de sal, açúcar, gorduras saturadas e gorduras trans (7) . Há tam- bém o selo da Associação Nacional de Assistência ao Diabético (Anad), aplicado em produtos que atestam a qualidade e a confiabilidade para a segurança dos portadores de diabetes (9) . e m b a l a g e n s - i m p o r t â n c i a e s t r a t é g i c a f iGura 6 Fonte: Divulgação Exemplo de selo utilizado em rotulagem

RkJQdWJsaXNoZXIy MTgxNA==