Brasil Food Trends
125 BrasilFoodTrends2020 e m b a l a g e n s - i m p o r t â n c i a e s t r a t é g i c a de
altruísmo do que pela sensação de perigo, devido ao impac- to negativo (ambiental) do alto
carbon footprint dos alimentos e bebidas. Assim, os consumidores vão apoiar a sustentabili- dade de
embalagens de alimentos e bebidas, desde que não tenham de pagar por elas (11) . De acordo com Patrick
Dodd (22) , “Em mercados ecologi- camente conscientes, há uma expectativa crescente por emba- lagens
com o mínimo impacto ambiental, embora, para a maioria dos consumidores, isso necessariamente não
se traduza em de- sejo de pagar mais. O que a maioria dos consumidores espera é uma embalagem que
entregue uma sensação agregada de “fator ecologicamente correto”, minimizando os impactos
ambientais”. Embalagens do futuro x Pilar ambiental da sustentabilidade Redução das emissões
de gases de efeito estufa (carbon footprint) A sustentabilidade pode aumentar o valor de uma boa marca de um
produto comum, caso ela apresente baixo carbon footprint (11,20) . Tem sido observada uma
preocupação no levantamento do índice de carbono, em certos casos, considerando-se toda a
cadeia produtiva, de maneira a permitir aos consumidores a tomada de consciência do impacto das
mudanças climáticas e favorecer os produtos, cujo índice é inferior, além da
aplicação da lógica ecológica em todos os níveis: materiais recicláveis ou de
fontes renováveis (2) . A otimização da logística de transporte é um fator
importante para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Carbon footprint será
o slogan ambiental com a maior influência sobre a indústria de alimentos e bebidas durante os
próximos cinco anos. As empresas estão realizando a Avaliação do Ciclo de Vida de seus
produtos e, para muitas delas, as áre- as de maior impacto estão na agricultura, na
distribuição e na disposição pós-consumo (23) . Redução do consumo de
recursos naturais A busca por economia abre oportunidades para emba- lagens de tamanhos maiores, cuja
relação massa de produto por volume de embalagem é ampliada. Assim, garrafas de PET de 3
litros para refrigerantes, multipacks fora dos tradicionais padrões de 6 e 12 unidades, latas de 473 e
500 mililitros, garrafas de vidro retornáveis de 1 litro e garrafas de vidro com peso reduzido, entre
outras, têm presença cada vez maior nos supermercados (24) . Conforme dados da Apeal, as latas de
aço sofreram redução de, aproximadamente, 24% desde 1980 até os dias atuais (25) . A
melhora dessa relação traz vantagens do ponto de vista ambiental, na medida em que reduz o consumo
de materiais, desde que direcionados ao público correto (por exemplo, famílias mais numerosas ou
ocasiões especiais), a fim de evitar o desperdício. Emprego de matérias-primas de fonte
renovável Biopolímeros, derivados de matérias-primas de fontes renováveis, como o amido
de milho, a sacarose da cana-de- açúcar, a celulose e a proteína de soja, entre outros, podem
desempenhar um papel importante na redução do consumo de matérias-primas de origem
fóssil. Entretanto, em alguns casos, ainda necessitam que algumas propriedades sejam otimizadas. Quanto
ao pós-consumo, há biopolímeros iner- tes (revalorizados por reciclagem mecânica ou
energética) e outros compostáveis. Entretanto, a menos que se adote a prática da compostagem,
o que no Brasil ainda não é uma realidade, a utilização de biopolímeros deve levar
em conta a origem (fonte renovável) e incentivar processos e progra- mas de reciclagem, otimizando seu
ciclo de vida. Além dis- so, é necessário certificar-se de que as embalagens produ- zidas com
biomateriais possam garantir a vida-de-prateleira e o desempenho mecânico adequados aos produtos e que
o custo final seja competitivo (11) . Deverá crescer a tendência de certificação de
materiais celulósicos por órgãos reconhecidos internacionalmente, a exem- plo do Forest
Stewardship Council (FSC) e do Programme for the f iGura 19 Fonte: Divulgação Embalagens
racionalizadas
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