Brasil Food Trends

BrasilFoodTrends2020 126 e m b a l a g e n s - i m p o r t â n c i a e s t r a t é g i c a Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC). Trata-se de organizações não governamentais, responsáveis pela definição de critérios de certificação florestal em todo o mundo, atestando que o produto é originário de floresta manejada de forma ecolo- gicamente correta, socialmente justa e economicamente viável. Emprego de matérias-primas recicladas O emprego de matérias-primas recicladas provenientes de embalagens pós-consumo no acondicionamento de alimentos deverá crescer à medida que novos processos de reciclagem es- tejam disponíveis, como no caso do PET, para o qual a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) definiu, em 2008, uma sistemática de aprovação do material reciclado pós-consumo na produção de novas embalagens para alimentos e bebidas. Verifica-se uma tendência de proatividade das empre- sas produtoras de alimentos e embalagens, muitas vezes, em parceria com o setor público, associações e redes de varejo, em programas de reciclagem e esforços de comunicação para incentivar a reciclagem de embalagens pós-consumo (26) . Existe uma expectativa de aumento da taxa de reciclagem de diversos materiais, a partir da aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, no que se refere ao manejo e tratamento dos resíduos sólidos gerados pela sociedade de forma geral. Essa política pretende criar um sistema de gestão e distribuição de responsabilidades, para que os materiais pós-consumo não sejam descartados de maneira inadequada e passem por processos de reciclagem ou sejam reaproveitados. Logística reversa e coleta seletiva são temas bastante abordados no projeto. Embalagens do futuro x Pilar social da sustentabilidade Embora não tenha sido baseada em itens de alimenta- ção ou de embalagem, a pesquisa Conjoint Social – avaliação do peso de ações sociais nas ações de compra do consumidor, realizada pela empresa GFK em 2009, concluiu que 45% dos homens e mulheres que a responderam valorizam marcas que tenham ações socioambientais, escolhendo produtos baseados não apenas nos tradicionais critérios de marca, qualidade e preço, mas também reconhecendo e valorizando as ações so- cioambientais por meio de seu poder de compra (27) . De acordo com Mattar (28) , para criar valor para seus ne- gócios, as empresas devem sair da fase de reagir às pressões sobre questões sociais e ambientais e entrar na fase de criar ativamente valor para a sociedade como um todo. A simplicidade, a transparência e a honestidade na co- municação também são valores previstos como tendência por Lewis (22) . Segundo o documento, os consumidores estão mais céticos com as estratégias de marketing e mais atentos com questões ligadas às mudanças climáticas, segurança alimentar e doenças relacionadas às dietas, entre outros fatores, exigindo cada vez mais rotulagem responsável. A nova atitude das empresas, ao procurar um “lado mais humano” para a atividade comercial, capitalizada por um discurso eficaz, conquistou simpatias. Os ganhos foram ime- diatos: fidelidade a marcas e produtos, valorização acionária, obtenção de mídia espontânea, isenções fiscais e maior moti- vação dos empregados (29) . Entre as tendências relacionadas ao pilar social da sus- tentabilidade na cadeia de embalagens encontra-se a preferên- cia por materiais reciclados provenientes de cooperativas de catadores regulamentadas, devido ao seu caráter de inclusão social. O fortalecimento das cooperativas é demonstrado in- clusive na discussão da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que se espera que vigore num futuro próximo. Visão integrada e holística Nem sempre o conceito de sustentabilidade tem sido aplicado de forma completa, considerando os três fatores: so- cial, ambiental e econômico ( Triple Bottom Line ). As iniciativas têm contemplado, principalmente, a redução do uso de recur- sos naturais e de combustíveis, a utilização de matérias-primas de origem renovável, a reciclagem no pós-consumo, a redução do carbon footprint e, mais raramente, uma visão integrada da cadeia por meio da Avaliação do Ciclo de Vida. Entretanto, os consumidores mostram-se cada vez mais conscientes e ca- pazes de refletir a respeito de seus atos de consumo e como esses atos repercutirão sobre eles mesmos e também sobre as relações sociais, sobre a economia e sobre a natureza. Isto dis- semina o conceito e a prática do consumo consciente, fazendo com que pequenos gestos realizados por um número muito grande de pessoas promovam grandes transformações (30) . 5.3.6. Referências bibliográficas (1) EUROMONITOR INTERNATIONAL. Food packaging in Brazil : Key trends and developments. [s.l.]: Euromonitor Interna- tional, 2008. 30 p. (2) RASHID, Karim. O design molda o futuro. In: SEMINÁRIO

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