Brasil Food Trends

BrasilFoodTrends2020 148 de telefones móveis, com implantação de projeto piloto previs- to a partir do segundo trimestre de 2010. Na Austrália (8) , essas empresas aplicaram um teste piloto envolvendo 200 consumidores e 12 pontos de ven- da, entre os quais alguns supermercados. O teste consistiu em fazer download de um aplicativo de software de cartão de crédito para os chips de telefones celulares (cartão SIM) desses consumidores para serem lidos no varejo. O paga- mento se efetivava quando os consumidores simplesmente passavam seus aparelhos de telefone celular no leitor ins- talado nos checkouts , debitando o valor da compra em suas contas correntes bancárias. O mercado de alimentos de 2020, a partir das informa- ções e análises já disponíveis, pode ser imaginado de diversas formas. Uma delas é tomar como base as faixas etárias pre- dominantes e analisar o impacto dos fatores que determinam o comportamento de consumo. Por outro lado, o cenário da competição no varejo se dará pela segmentação. Nesse contexto, é importante analisar os impactos que o setor varejista deverá vivenciar sob a influência das cinco grandes tendências da alimentação, de modo a avaliar quais serão os principais aspectos valorizados no varejo de alimen- tos, as categorias de produtos que terão a preferência do con- sumidor, quais serão os canais de vendas mais frequentados e as características das lojas na próxima década. 6.1. O varejo de alimentos e a tendência de sensorialidade e prazer Em relação à tendência de sensorialidade e prazer, a valorização do ato de compra pelos consumidores ressalta a importância de aspectos do varejo de alimentos, como o entre- tenimento, o lazer, a ambientação, design , layout , comunica- ção visual e os recursos que estimulem a interatividade entre os varejistas e os clientes. De acordo com estudo feito sobre o futuro do varejo, pelo Australian Centre for Retail Studies (8) , o que impacta esse ramo de negócio é a percepção das mudan- ças verificadas pelos varejistas no comportamento da socieda- de tanto em questões demográficas quanto nos produtos e nos mercados com os quais o consumidor se relaciona. As pessoas buscam uma nova forma de interagir com as empresas que industrializam os produtos que elas consomem, o que é uma consequência do dinamismo da economia. Muitas empresas varejistas já aplicam técnicas de ex- plorar as sensações a partir da adequação dos espaços, das cores, da sonorização e da harmonia geral do ambiente, até a facilidade de comunicação dos serviços e produtos disponíveis. A estética e o design das lojas compõem a experiência senso- rial dos clientes com outros elementos diretamente relaciona- dos à alimentação, tais como a degustação de produtos ou o cheiro dos pães quentes assados nas padarias dos supermer- cados. A exposição dos alimentos de modo a realçar a sensa- ção de frescor, qualidade e sabor alia-se a formas de interação dos funcionários com os consumidores. A comunicação digital reforça essa estratégia, levando aos frequentadores do ponto de venda informações e técnicas para melhor aproveitar os produtos em exposição. Em 2020, a interatividade da indústria com o consumidor no ponto de venda por meio do produto não se limitará à estruturação de receitas, mas à possibilidade de alterar até os processos pro- dutivos. As empresas farão amplo uso das tecnologias de co- municação digital, como mídias sociais, por exemplo, visando a personalização de seus produtos. O desafio dos fabricantes será oferecer um mix de produtos variado e sob medida, con- forme os diferentes segmentos de clientes, diante de espaços reduzidos para exposição de mercadorias. As diferentes estratégias adotadas com o objetivo de proporcionar experiências de compras mais prazerosas e con- fortáveis atendem, por um lado, os desejos dos consumidores, mas, por outro, também visam estimular os clientes a perma- necer mais tempo nas lojas e comprar mais. Conforme dados da Nielsen (9) , entre as categorias que apresentaram maior crescimento relativo das vendas, no perío- do 2000-2008, estão produtos associados ao apelo sensorial e ao prazer, como, por exemplo, o leite condensado, os acho- colatados em pó, queijos, sobremesa petit suisse, bolachas, biscoitos e café em pó. Ainda conforme essa tendência, os alimentos de maior valor agregado deverão ganhar destaque na preferência do consumidor, pois o aumento progressivo da ren- da deverá permitir a aquisição de produtos gourmet (queijos e cafés especiais), refeições prontas mais elaboradas e produtos hortifrutícolas de melhor qualidade. Da expansão dos gastos com alimentação fora de casa espera-se que os supermercados fortaleçam suas estruturas de refeições prontas, panificados e confeitos, intensificando a con- corrência com outros canais mais tradicionais, como restauran- tes, padarias e lanchonetes e bares. Nesse contexto, o varejo deverá concorrer por um consumidor que demandará sua ali- mentação em diversos canais de compras. Como exemplo, dos consumidores que compram no varejo independente produtos v a r e j o

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