Brasil Food Trends

BrasilFoodTrends2020 152 veniência e praticidade aos consumidores. Os hipermercados, até então hegemônicos, começaram a ceder espaço para as lojas de vizinhança e o pequeno varejo. De acordo com estudo feito pela Kantar World Panel (2) , em 2009, o pequeno varejo de vizinhança e o porta a porta têm a preferência dos consumidores dos estratos de menor renda, pois poucas dessas famílias possuem automóveis. De modo geral, a conveniência deverá ser proporciona- da de acordo com as necessidades específicas de diferentes tipos de consumidores de uma vizinhança, tais como jovens, idosos, pessoas que vivem sozinhas, casais sem filhos e pes- soas que adotam dietas especiais, entre outros. Na perspectiva do varejo, os jovens consumidores, cujo estilo de vida incorpora o uso intensivo da internet e do te- lefone celular, terão uma percepção do mundo diferente em relação às gerações anteriores, valorizando aspectos tais como acessibilidade, mobilidade, conectividade e relacionamento por meio de redes sociais, na vida cotidiana. Para esses con- sumidores, o varejo de alimentos deverá desenvolver serviços específicos baseados nessas tecnologias, envolvendo os vários elos da cadeia do abastecimento, de modo a oferecer interati- vidade e conectividade a eles, desde a concepção do produto até o ponto de venda. Na convenção anual da National Retail Federation, NRF 99th Annual Convention & EXPO, foram de- monstrados vários tipos de aplicação para interação com os clientes por meio de telefonia celular e internet. As soluções virtuais farão da proximidade geográfica um fator de menor importância para a sociedade conectada, que ao mesmo tempo exige em escala crescente a otimização de recursos e tempo. A compra virtual na loja do bairro chegará mais rápido e terá frete menor. A democratização promovida pela sociedade aberta, uma característica da internet, inverte todo o conceito do varejo alimentar. O consumidor decide o que as lojas vão oferecer. Ou ainda, a loja física passa a ser um ponto de coleta para as compras feitas on-line . Na medida em que a sociedade caminha para a indi- vidualização, quando estarão em evidência todas as variáveis do atendimento personalizado, ao varejo não caberá alterna- tiva a não ser fazer uso do desenvolvimento tecnológico para ajustar-se às necessidades desse novo shopper. Para atender às demandas de um consumidor com novo perfil em 2020, os supermercados terão de fazer mais do que diversificar seus formatos. A crescente quantidade de idosos vai requerer lojas perto de casa, atendimento especial e sortimento adequado de produtos. No cenário do futuro, o predomínio não será de apenas um formato de loja, mas de modelos pulverizados para atender à multiplicidade de estilos de vida e de comunidades da nova era em 2020. O desafio consistirá em fazer desses formatos projetos comercialmente viáveis, tanto de lojas físicas quanto de lojas virtuais. O parâmetro para essas transformações será o número menor de pessoas por domicílio, o que causará impacto ainda na produção e na distribuição de produtos, além de exigir uma redefinição das estratégicas de sortimento do varejo. Mais do Alberto Greiber Rocha

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