Brasil Food Trends

31 BrasilFoodTrends2020 fico 7). Comparando 1996 com 2008, entretanto, observa- se que tais ganhos foram expressivamente maiores para os estratos mais baixos de receita familiar, 78% ante 6,1% do estrato de maior receita familiar. Um fator importante, que impacta diretamente no ní- vel de renda está relacionado à política fiscal, seja federal ou estadual. Nesse sentido, o Brasil é um dos países que mais tributam alimentos no mundo. Estudos realizados pelo Departamento do Agronegócio da Fiesp em parceria com a Fundação Getulio Vargas indicam que, para os produtos alimentícios, as alíquotas dos impostos que in- cidem sobre o consumo no Brasil, como o ICMS, são extrema- mente superiores aos níveis praticados em países desenvolvidos por impostos semelhantes. No País, o tributo possui uma alíquo- ta média de 16%, enquanto nos Estados Unidos a alíquota se aproxima de zero e na União Europeia é de apenas 5% (8) . As elevadas alíquotas de PIS, Cofins e ICMS incidentes sobre os produtos alimentícios possuem características alta- mente regressivas – ou seja, geram efeitos desiguais para as diferentes faixas de renda com impactos mais significativos entre os mais pobres. Assim, uma eventual desoneração ou mesmo redução desses tributos tem a capacidade de, em um primeiro momen- to, resultar em mais renda para toda a população, tal como na redução da regressividade citada anteriormente. Em um se- gundo momento, a renda “excedente” assumiria o papel de multiplicador para todos os setores da economia, incluindo o alimentício, elevando a demanda em até 11%, bem como o patamar do PIB em alguns pontos porcentuais (8) . A renda interfere quantitativa e qualitativamente na de- manda por alimentos. Em termos gerais, deixando de lado a questão de nichos de mercado e outras particularidades, cres- f a t o r e s q u e i n f l u e n c i a m o c o n s u m o d e a l i m e n t o s G ráfico 7 Brasil: renda per capita familiar – valores reais dos grupos de indivíduos por estrato de renda e variação (7) (R$ de outubro de 2008 e porcentagem) Fonte: Ipea Elaboração: Fiesp/Deagro. Nota: Média da renda domiciliar per capita . Série revista conforme ponderação divulgada pelo IBGE em 2009. Renda do Grupo em 1996 (R$) Renda do Grupo em 2008 (R$) Variação da Renda do Grupo entre 1996 e 2008 (%) 78,8 59,8 51,2 43,5 38,5 36,1 25,7 19,3 12,1 6,1 - 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 - 12,5 25,0 37,5 50,0 62,5 75,0 87,5 100,0 1º Grupo 2º Grupo 3º Grupo 4º Grupo 5º Grupo 6º Grupo 7º Grupo 8º Grupo 9º Grupo 10º Grupo Menor Renda Maior Renda

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