Brasil Food Trends
75 BrasilFoodTrends2020 rais, sal e café sofisticados, em geral destinados à popu- lação
dos estratos de renda mais elevada. Por outro lado, também evidencia sorvetes e snacks de maior valor
agrega- do, que são acessíveis para diferentes públicos, mesmo que para um tipo de consumo
caracterizado por frases como “hoje vou me dar ao luxo de...”. O prazer de se permitir comer coisas gostosas
sem sentir culpa O prazer de comer não é satisfeito somente com pro- dutos de luxo. Os
consumidores mantêm o desejo de comer diferentes tipos de guloseimas, como forma de escape do co-
tidiano, para se auto presentear ou agraciar, ou simplesmente pela curiosidade de experimentar novos
sabores, novas textu- ras, alimentos exóticos etc. Os apaixonados por comida, os denominados foodies ,
formam um segmento de consumo bastante representati- vo, principalmente nos países desenvolvidos.
Somente nos Estados Unidos, compreendem acima de 30 milhões de consumidores (10) . Além de
frequentarem restaurantes e te- rem interesse por culinária, costumam consumir produtos que permitem o
escape do cotidiano e trazem pequenos momentos de conforto ( me-time ). Sloan (10) , uma renoma- da
especialista em tendências, afirma que entre as peque- nas indulgências mais consumidas estão
as especialidades como temperos, queijos, cafés, chás, chocolates, sorvetes, cookies , snacks etc.
Tais produtos costumam atrair pela so- fisticação e novidade. Para esse tipo de consumidor
proliferam os produtos (Figura 4) com sabores da moda e exóticos, novas texturas etc. Como destacado no
Wellfood Forum, ocorrido na fei- ra Anuga 2009 (11) , os consumidores demonstram interesse crescente em
experimentar novos sabores, principalmente os que ganham evidência a cada época, como, por
exemplo, o chimichurri (tempero usado na Argentina), o camu-camu (fruta da Amazônia) e o xarope de
maple , entre outras fru- tas e temperos originários de diversos países, mais procu- rados em
2009. Identificou-se também a atratividade das texturas dos tipos crunchy (propriedade de fazer
ruído ao mastigar), chunky (encorpado) e clusters , textura caracte- rística de cereais, que podem
servir para aumentar a cro- cância do alimento e, ao mesmo tempo, melhorar seu valor quanto à
saudabilidade (11) . Além das propriedades sensoriais, existem produtos interativos que permitem o
escape pelo seu apelo lúdico, ca- pazes de proporcionar entretenimento e distração para
adultos e crianças. Nesse segmento verifica-se uma inovação, com algumas empresas utilizando
a internet para relacionamento com os consumidores, convidando-os ou criando competições para o
desenvolvimento de novos sabores (12) . A tecnologia interativa, compreendendo a internet, telefonia celular
e ou- tras formas como as novas vending machines com tela touch screen
(http://video.thecoca-colacompany.com/presscenter/ avcenter/view/advertising/interactive-video-vender-demo),
tende a difundir-se como canal estratégico de comunicação das empresas com os consumidores,
principalmente em rela- ção aos mais jovens. Relacionado a esse tipo de apelo lúdico que os
ali- mentos podem oferecer destaca-se (13) o aumento de popula- ridade dos produtos típicos
brasileiros, nos Estados Unidos e no Reino Unido, como, por exemplo, as geleias de banana com açaí
e de caju. São identificadas boas oportunidades para os fabricantes, no sentido de explorar as
associações que podem ser feitas pelos consumidores, entre os produtos alimentícios
brasileiros, festas típicas e carnaval. Sob tal enfoque, a atmosfera festiva poderia ser utilizada para
o posicionamento de produtos para churrasco, ou em pastéis como canapés para festas (13) . A
tendência de consumo por indulgência representa ainda um grande mercado, porém, tem requerido
adequação devido à crescente preocupação dos consumidores com ques- tões
relacionadas à saúde e à sustentabilidade. Por isso, verifi- ca-se o aumento das
inovações na categoria “indulgência sem culpa” (Figura 5), isto é, produtos em
porções reduzidas, com controle de calorias (100-cal, 90-cal), que incorporam novos atributos para
diminuir a rejeição dos consumidores, ou ainda em versões zero, light , sugar free etc.
Conforme estudo do The South Australian Food Cen- tre (14) , identifica-se um movimento da demanda na
direção dos produtos super-premium . Com o aumento da renda, os consumidores ficam dispostos a
pagar um pouco mais por algo que tenha qualidade excepcional, mas desde que per- cebam que não
haverá impacto negativo sobre a sua saú- de. Como exemplo dessa tendência, com base em dados
da Just-food, observa-se (12) que as vendas de chocolate pre- mium cresceram 18% no mercado global, devido
à sauda- bilidade do chocolate amargo, diferentes combinações de sabores gourmet e a outros
benefícios associados, como fairtrade e orgânico. p r o d u t o s - o p o r t u n i d a d e s p a
r a i n o v a ç ã o
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