Sorvetes Industrializados

15 SORVETES INDUSTRIALIZADOS SORVETES e BEM-ESTAR Além da diversidade de sabores e texturas apreciados pelas pessoas, o consumo de sorvetes parece gerar estímulos emocionais que proporcionam uma prazerosa sensação de bem-estar (ICE CREAM..., 2005). Relatório recente da empresa Innova Market Insights (INNOVA..., 2020), especializada em tendências de mercado, destaca que o fator “prazer” continua sendo o atributo mais procurado pelos consumidores de sorvetes, observando que tem sido crescente a busca de novos produtos que associem bom sabor com saudabilidade, isto é, que proporcionem prazer sem culpa. Várias pesquisas têm sido feitas na tentativa de entender melhor os benefícios psicológicos e sociais percebidos pelos consumidores em determinados alimentos. Heshmat (2016) destaca alguns fatores que contribuem para o consumo de comidas reconfortantes: sensação de bem-estar, redução de tensão, recuperação de memórias de socialização e de emoções passadas, ocasiões especiais, entre outros. Spence (2017) descreve vários estudos que observaram que os alimentos considerados como reconfortantes (comfort food) costumam ser consumidos quando as pessoas estão em estados positivos de humor, para comemorar ou se recompensar de alguma coisa e para aliviar o isolamento social. Por outro lado, em menor escala, a demanda por comfort food pode também ocorrer em situações de estresse, de mau humor ou em depressão. Como observado por Murphy (2020), ainda não há consenso sobre a capacidade dos alimentos reconfortantes fazerem as pessoas se sentirem melhor, mas há evidências de que podem ser mais procuradas pelos consumidores por poderem estimular memórias de experiências positivas de socialização, como aniversários e feriados. Para analisar os estímulos provocados pelo consumo de sorvete, pesquisadores do Centre for Neuroimaging Sciences (Institute of Psychiatry, London) e da empresa Unilever, realizaram uma pesquisa usando a técnica neurocientífica fMRI (functional Magnetic Resonance Imaging) que é usada para captar reações do cérebro a determinados estímulos, com elevado grau de confiabilidade estatística. Os resultados obtidos revelaram que comer sorvete ativa a parte do cérebro conhecida como o córtex orbitofrontal (OFC), indicando prazer emocional positivo e o valor de recompensa do sorvete, além de outras áreas do cérebro envolvidas na atenção e no processamento de estímulos emocionalmente relevantes que são ativadas pela textura, temperatura e sabor do sorvete (ICE CREAM..., 2010). Outros estudos observaram que o sorvete tende a provocar diferentes estímulos emocionais conforme a situação e ambiente nos quais é consumido (XU et al., 2019) e que variam também em consumidores com diferenças de idade, gênero e cultura (DUBÉ, 2005), o que indica que a relação entre consumo de sorvete e emoção é bastante complexa e ainda precisa ser melhor compreendida pormeio demais pesquisas sobre o tema.

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