Sucos industrializados e outras bebidas não carbonatadas

Registros históricos comprovam que o hábito de consumir sucos e refrescos de frutas nas refeições faz parte da cultura alimentar brasileira, tanto entre os indígenas como nos primórdios da colonização (DONATO, 2005). Estudo da Tetra Pak, realizado em 2016, observou que o consumo de suco natural preparado na hora é elevado no Brasil, com mercado estimado em, aproximadamente, 2,5 bilhões de litros por ano. O estudo também identificou que, embora o consumo per capita ainda fosse baixo, havia ocorrido forte crescimento do mercado de sucos industrializados, no período de 2012 a 2015 (INSIGHTS..., 2016). HÁBITOS e TENDÊNCIAS de consumo “Nada de horários. Alimentavam-se várias vezes, ao sentir apetite. O pai servia os familiares na cuia que cada um apresentava. Ou serviam-se todos usando os próprios dedos, retirando comida de uma grande cuia ou panela comum. Comiam em silêncio, usando os dedos, acocorados ao redor do chefe. Mastigavam bastante e com vagar. Usualmente, tomavam água ou suco de frutas, legumes, raízes”. “Alguns índios bebiam fartamente entre as refeições. Outros nada, comiam seco. Na Amazônia, havia o guaraná; na área pantaneira, a caá ou erva-mate. Por toda a parte era consumido o sumo do tronco do jatobazeiro e o paiaum, beiju de milho torrado, dissolvido em água”. “Pelo ano de 1540, engenhos de Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Ilhéus e São Vicente produziram açúcar, provocando verdadeira revolução nos hábitos de fogão e de mesa... Do que se comia ali, no final do século, dá testemunho o inventário de João do Prado, aberto em 1597. Na dispensa havia feijões, milho e sal do reino. No cercado, galinhas e dezenas de leitões, leitoas e bacorinhos. Para sobremesa, muitas frutas e fartura de marmelada. Para beber, vinho local e refrescos das frutas da terra e europeias.” (DONATO, 2005) SUCOS INDUSTRIALIZADOS 5,5 6,2 7,1 7,8 8,9 8,7 7,1 6,2 8,1 Evolução do consumo aparente per capita anual de sucos, néctares e refrescos (exceto refrescos empó) prontos para beber, 2010-2018, Litros/ Habitante/Ano (ABIR, 2020) 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Dados da ABIR indicam o crescimento do consumo per capita no período de 2010 a 2018. A quantidade consumida anualmente no Brasil é bastante inferior às verificadas em outros países como a Alemanha e os Estados Unidos, com mais de 20 litros/ per capita , e o Canadá com consumo acima de 30 litros (INSIGHTS..., 2016). Estudo Brasil Beverage Trends 2020 (2016) destacou várias tendências que podem ser associadas à qualidade dos sucos percebida pelos consumidores, com destaque para a personalização do consumo, procura por produtos premium e de sabores diferentes, valorização de ingredientes naturais, do conteúdo nutritivo e também de bebidas produzidas de modo sustentável. Com a industrialização e avanços na tecnologia de alimentos e embalagens, os sucos prontos para beber ganharam a preferência de muitos consumidores, principalmente por sua praticidade identificada em pesquisas (SANTOS et al ., 2018; CARMO et al ., 2014) como um dos fatores mais importantes para a compra na atualidade. De fato, a Conveniência e Praticidade foi identificada no estudo Brasil Food Trends (2010) como uma macrotendência geral do setor de alimentação. O estudo Brasil Beverage Trends 2020 (2016), específico sobre o consumo de sucos, também destacou, em uma de suas macrotendências, a conveniência como parte do estilo de vida contemporâneo que prioriza alimentação saudável, mas com economia de tempo e esforço. 11

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