7. ACV como Ferramenta do Gerenciamento Integrado do Resíduo Sólido (GIRS)
Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / ITAL
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Num estudo de ACV do resíduo sólido são avaliadas as atividades de coleta, transporte, aterro, segregação,
triagem, reciclagem, tratamento biológico e incineração com recuperação de energia, que têm impactos
ambientais, bem como benefícios. A partir daí, criam-se diferentes cenários, para que, numa comparação
entre eles, seja possível escolher o conjunto de atividades que produza o menor impacto ambiental possível
e com o menor custo.
A ACV tem sido usada para auxiliar o GIRS fornecendo informações e orientando as decisões na busca de
otimização do sistema. Dada uma quantidade de resíduo coletada (unidade funcional) e sua composição
média estimada, é possível:
conhecer o perfil ambiental do sistema de gestão em prática;
simular situações de divisão dos fluxos para os diversos tratamentos e justificar investimentos;
selecionar os materiais que devem ser separados e destinados à:
reciclagem mecânica
para fabricação de novos produtos;
reciclagem química
para recuperação de matérias-primas;
reciclagem energética
para reaproveitamento de energia: geração de calor ou de energia elétrica;
contabilizar os ganhos da aplicação da compostagem aos resíduos orgânicos: o composto orgânico
pode ser aproveitado na agricultura, reduzindo o volume de resíduo a ser disposto em aterros, etc.
Logo, a ACV é uma ferramenta de:
planejamento, pois permite avaliar uma série de cenários que podem ser investigados e comparados;
conscientização ambiental, pois gera informações que permitem esclarecer a cadeia produtiva, bem
como a sociedade quanto aos impactos potenciais dos resíduos gerados;
geração de dados numéricos que retratam as vantagens e limitações de cada opção de tratamento de
resíduo sólido.
A ACV gera dados para orientar o GIRS, listando o consumo de energia e de emissões para o ar, água e
solo e prevendo a quantidade de produtos utilizáveis que podem ser gerados a partir do resíduo sólido
como, por exemplo, composto orgânico, materiais secundários para reciclagem mecânica e energia
utilizável (figura 7.2).
RSU
Energia
Outros
materiais
R$
Emissões
para o ar
Emissões
para a água
Material
residual
para aterro
Materiais
para
reciclagem
Composto
orgânico
Energia
útil
COLETA
E SELEÇÃO
TRATAMENTO
BIOLÓGICO
RECICLAGEM
MECÂNICA
ATERRO
TRATAMENTO
TÉRMICO
Compostagem
Produção
de biogás
Queima
de
materiais
com valor
calorífico
Incineração sem
recuperação de
energia
Uso
energético
dos gases do
aterro
Queima
de gases
Energia a partir
do resíduo sólido
Figura 7.2 – Visão do GIRS segundo a técnica de ACV (WHITE; FRANKE; HINDLE, 1995)
1...,59,60,61,62,63,64,65,66,67,68 70,71,72,73,74,75