Avaliação do Ciclo de Vida como Instrumento de Gestão
Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / ITAL
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Reciclagem de Embalagem em Termos
de ACV – Estudo de Caso
Jozeti Barbutti Gatti
Guilherme de Castilho Queiroz
Eloísa Elena Corrêa Garcia
2.1 Introdução
Este capítulo apresenta um estudo de caso, no qual quantificou-se a influência da reciclagem no Inventário
de Ciclo de Vida de determinada embalagem. O estudo completo foi desenvolvido visando a interpretação
de produtos brasileiros em alumínio pela técnica de Avaliação do Ciclo de Vida, considerando as condições
e o nível tecnológico do país no período entre 2000 e 2002.
Para construção dos Inventários do Ciclo de Vida foram utilizados os modelos de Geração de Energia
Elétrica da rede pública e de Transporte de Cargas desenvolvidos pelo CETEA, sob a modelagem de dados
aplicáveis a estudos de ACV.
A metodologia utilizada tomou como base as recomendações da SETAC -
Society of Environmental
Toxicology and Chemistry e a norma ISO 14040
(SOCIETY...,1993; ISO, 1997).
As fronteiras do estudo encontram-se ilustradas na figura 2.1, sendo que cada material foi analisado a partir
da extração das matérias-primas naturais, bauxita, petróleo, gás natural, carvão mineral, etc.
As etapas relacionadas ao sistema de geração de energia elétrica nacional, transporte rodoviário de cargas
e queima de combustíveis foram incorporadas aos Inventários relacionados à ACV dos produtos estudados.
Todas as etapas de transporte foram incluídas nas fronteiras do sistema. Quando do conhecimento do
retorno vazio do caminhão em uma determinada etapa do sistema, foi considerada a distância em dobro de
transporte.
Os principais aspectos (consumos e emissões) relativos à extração e produção dos combustíveis fósseis
(pré-combustão) como óleo diesel, óleo combustível, carvão, gás natural e gás liqüefeito de petróleo – GLP,
foram incluídos nas fronteiras do sistema. Entretanto, não foi considerada a etapa de transporte do óleo
diesel até os postos de abastecimento de caminhões para o transporte rodoviário de cargas.
As tintas de impressão, vernizes, vedantes, aditivos, lubrificantes, pigmentos, vedantes etc., foram
considerados apenas quanto ao consumo de energia e emissões associados à sua aplicação/secagem.
Esses componentes foram quantificados e identificados em grupo como “outros insumos”, quando
pertinente.
A produção e os tratamentos do produto acondicionado (bebida carbonatada) ficaram fora das fronteiras do
sistema. Considerou-se apenas o transporte médio das tampas e latas vazias até o produtor de bebida,
tendo também ficado fora das fronteiras do estudo as embalagens secundárias necessárias a este
transporte.
Todos os resíduos sólidos, inertes ou não, provenientes de processos industriais foram contabilizados
conjuntamente dentro da classificação “resíduo de processo industrial”.
A água utilizada nos processos industriais e, posteriormente, devolvida aos esgotos ou rios foi quantificada,
excluindo-se a água de circuitos fechados e/ou recirculação interna. Entretanto, foi considerada água de
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