1. Avaliação do Ciclo de Vida - ACV
Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / ITAL
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Estrutura da Avaliação do Ciclo de Vida
Definição do
Objetivo
e Escopo
Análise de
Inventário
Avaliação de
Impacto
Interpretação
Aplicações diretas:
- Desenvolvimento e melhoria
de produto
- Planejamento estratégico
- Elaboração de políticas públicas
-
Marketing
- Outros
Figura 1.2 – Fases de um estudo de ACV (ISO 14040, 1997)
Na fase de Análise de Inventário é elaborado um fluxograma do sistema em estudo, de modo que as
atividades e/ou processos que serão avaliados sejam bem definidos, bem como as fronteiras técnicas do
mesmo. Então, é feito um levantamento de dados de entradas e saídas (consumo de recursos naturais e
energia, emissões para o ar, água e solo) para todas as etapas incluídas nas fronteiras do estudo de ACV.
Estes dados são compilados e as cargas ambientais do sistema são calculadas e relacionadas à unidade
funcional.
A próxima fase da ACV é a fase de Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida – AICV, na qual os dados são
interpretados em termos de seus impactos ambientais, por exemplo, acidificação, eutrofização, mudanças
climáticas (aquecimento global), etc. Na primeira etapa da AICV, classificação, os dados do inventário são
selecionados e atribuídos a categorias de impacto específicas. Na etapa seguinte, caracterização, os dados
do inventário são multiplicados por fatores de equivalência para cada categoria de impacto, como por
exemplo 1 kg de N
2
O é equivalente à emissão de 296 kg de CO
2
e 1 kg de metano é equivalente a 23 kg de
CO
2
. Então, todos os parâmetros incluídos na categoria de impacto são somados e é obtido o resultado da
categoria de impacto. Esta etapa de caracterização encerra a fase de AICV em muitos estudos de ACV. De
acordo com a norma ISO 14042 (2000), esta é a última etapa dos elementos obrigatórios desta fase.
Entretanto, alguns estudos incluem elementos opcionais da fase de AICV, tais como: i) normalização, que
consiste no cálculo da magnitude dos resultados do indicador da categoria em relação a um valor de
referência, como por exemplo o total de entradas e saídas de uma certa área, que pode ser global, regional,
nacional ou local; ii) agrupamento, que consiste na atribuição das categorias de impacto a um ou mais
conjuntos, podendo envolver também o estabelecimento de uma classificação, como por exemplo alta,
média e baixa prioridade; iii) ponderação, que é o processo de conversão dos resultados do indicador das
diferentes categorias de impacto a uma mesma base empregando fatores numéricos oriundos de atribuição
de valores, ou seja, os diferentes impactos ambientais são ponderados entre si gerando um único número
que representa o impacto ambiental total daquele sistema de produto.
No entanto, estes elementos opcionais normalmente não são recomendados a estudos de ACV de produtos
brasileiros, uma vez que os modelos desenvolvidos para esta finalidade foram feitos com base em padrões
europeus, norte americanos e/ou australianos. Assim, o mais indicado para os estudos brasileiros são os
modelos que chegam até o
mid-point
(seleção, classificação e caracterização dos resultados do ICV) e não
aqueles que chegam até o
end-point
(que inclui também a normalização dos dados mediante agrupamento
e ponderação) (ISO 14042, 2000; PIRA, 2003).
Na fase de Interpretação é feito um resumo dos resultados da análise de inventário e da avaliação de
impacto obtidos no estudo. Os resultados desta fase são conclusões e recomendações. De acordo com a
norma ISO 14043 (2000), a interpretação deve incluir a identificação dos impactos ambientais significativos;
avaliação do estudo em relação a sua completeza, sensibilidade e consistência; bem como conclusões e
recomendações de implementação de melhorias com a finalidade de reduzir os impactos ambientais
significativos.
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