Brasil
PackTrends
2020
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o mercado de embalagem: mundo e Brasil
TABELA 1.47
Indústria de Bebidas: principais
produtos por faturamento (2008-2011)
Principais produtos por faturamento (R$ Bilhões)
2008 2009 2010 2011
Crescimento
médio
(2008-2011)
Cerveja
44 46 52
51
4,1%
Refrigerantes
27 28 27
28
0,7%
Leite
24 27 26
26
1,8%
Bebida alcoólica
destilada
10 10 11
12
2,9%
Suco de fruta
10 11 12
13
7,6%
Café & Chá
10 11 11
11
1,4%
Outras bebidas*
5
6
6
7
6,6%
Bebidas tônicas** 2
3
3
4
14,1%
TOTAL
132,7 141,2 149,8 151,2
3,3%
*Inclui água mineral e chá pronto para beber.
**Inclui isotônicos, leite fermentado, energéticos e complementos
vitamínicos
Fonte: DATAMARK
O maior poder de compra proporciona ao consu-
midor brasileiro o luxo de experimentar novos produtos,
tendência que leva a importantes mudanças nos hábi-
tos de consumo. O segmento premium de cerveja re-
presenta hoje 7% do mercado de cervejas. Nos últimos
cinco anos, esse segmento vem crescendo a uma média
de 10% ao ano, taxa superior aos 4,1% do mercado to-
tal de cerveja. As vendas da cerveja Stella Artois, marca
premium da AmBev por exemplo, aumentaram 215%
em faturamento somente em 2011 (FACCHINI, 2012).
Há uma demanda crescente por produtos com
novas propostas no mercado de sucos pronto para be-
ber também. Muitas empresas, como a Juxx, a Danone
(com a marca Activia) e a Globalbev (com a marca Ama-
zoo), entre outras, lançaram sucos com sabores inusi-
tados, como cranberry, com ingredientes funcionais e
sem conservantes. O consumo de sucos também deve-
rá crescer com a demanda por embalagens menores e
mais convenientes.
O governo federal reajustou, em junho, a tabela
das alíquotas de IPI, PIS e Cofins incidentes no setor
de bebidas frias - água, refrigerante, cerveja, isotônicos
e energéticos -, aumentando a carga tributária sobre o
setor, em média, 19%. No entanto, em setembro a Re-
ceita Federal adiou o aumento da carga tributária, que
entraria em vigor já em outubro, para abril de 2013. Em
troca do adiamento os fabricantes de bebidas se com-
prometeram a manter os investimentos e o emprego.
Porém, o setor passará a recolher mais impostos a partir
da correção da tabela de recolhimentos de impostos em
razão dos aumentos ocorridos nos últimos 12 meses.
Isso porque as bebidas pagam como imposto um valor
fixo por unidade, e não um porcentual do preço. Esse
valor fixo é corrigido todo ano, e este ano o reajuste
potencial para o consumidor final pode ser de 2,15%.
Portanto, como ocorreu em 2011, é possível que o au-
mento dos preços nas gôndolas venha a restringir o con-
sumo (FERNANDES; VERÍSSIMO, 2012).
O maior poder aquisitivo da crescente classe mé-
dia tem contribuído diretamente para uma demanda
maior por bebidas em latas de alumínio, principalmen-
te a cerveja. Entre 2007 e 2011, o volume de latas
de alumínio usado para acondicionar cerveja aumen-
tou 56%, passando de 7,8 bilhões para 12,2 bilhões
de unidades, elevando sua participação de mercado de
28% para 34% no período (DATAMARK, s.d.). O incre-
mento da renda discricionária do consumidor brasileiro
viabilizou uma mudança no seu comportamento de com-
pra que favoreceu o consumo de cerveja em casa, oca-
sião para a qual a lata de alumínio é mais propícia, em
detrimento do consumo da bebida em garrafas de vidro
retornável. Outros mercados que vêm impulsionando a
demanda por latas de alumínio são os de sucos prontos
para beber, energéticos e chá pronto para beber.
O avanço das embalagens ecoamigáveis caminha
juntamente com a busca incessante de redução de cus-
tos das garrafas PET por parte dos brand owners. Desde
que começaram a ser usadas no mercado de refrigeran-
tes, as embalagens PET tiveram redução entre 8% e
26%, dependendo do tamanho da embalagem através
de light weighting (redução de peso) tanto no gargalo e
corpo da garrafa como na tampa. Além do consumo de
menos matéria-prima, outra tendência importante no
processo de transformação de embalagens PET influen-
ciada por questões ligadas à sustentabilidade é o uso
de resina de fontes renováveis que chega a 30% nas