Brasil Pack Trends 2020 - page 163

Brasil
PackTrends
2020
163
qualidade & novas tecnologias
O dióxido de titânio pode ser usado como um
revestimento de embalagens plásticas com ação sobre
coliformes fecais. Também pode ser usado em combi-
nação com íons prata. A quitosana, biopolímero deriva-
do da quitina (polissacarídeo presente nas carapaças
de crustáceos), também apresenta propriedades antimi-
crobianas e pode ser usada em nanocompósitos ativos.
Espera-se um grande impacto da nanotecnologia
na área de embalagens ativas.
Embalagens inteligentes: nanossensores
e nanoindicadores
Sensores incluem elementos receptores e trans-
dutores, ou seja, detectam alterações e podem agir de
acordo com um comando associado à intensidade da
alteração percebida. Os indicadores representam uma
forma mais passiva de aplicação da nanotecnologia,
apenas comunicam a informação através de alterações
visuais, especialmente coloração. Várias aplicações
tecnológicas resultam da combinação de sensores e
indicadores.
Exemplos são sensores para detecção de mi-
crorganismos patogênicos, toxinas e contaminantes;
nanopartículas para remoção seletiva de patogênicos
e de contaminantes por adesão específica; e anti-
microbianos ativos como óxidos metálicos (SCOTT;
CHEN, 2003). Bionanossensores utilizam materiais
biológicos sensitivos como DNA, anticorpos e enzi-
mas, associados a transdutores físicos ou químicos
que convertem o sinal biológico para um sinal elétri-
co processável. Dentre os nanossensores alguns reú-
nem elementos receptores e transdutores, ou seja,
podem detectar mudanças e agir segundo as alte-
rações percebidas. Exemplo são sensores de cresci-
mento microbiológico que liberam conservantes. Os
nanossensores apresentam vantagens tais como alta
sensibilidade e seletividade, resposta rápida, portabi-
lidade e custo compatível com a aplicação em merca-
dos maduros. As inovações nessa área de biodetecção
portátil, especialmente baseadas na plataforma de
bionanossensores em substituição aos ensaios imu-
nológicos tradicionais têm sido motivadas não apenas
pelas doenças infecciosas de alto risco, como tam-
bém pelo bioterrorismo. Utilizam-se nanomateriais
construídos com nanocamadas de diferentes metais
(ouro, prata e níquel) capazes de agir como nanocó-
digos de barra para detectar toxina botulínica, antraz
e uma variedade de patógenos.
Sensores de oxigênio com tintas inteligentes
que incorporam nanopartículas mudam de cor em
contato com oxigênio e são exemplos de embalagem
inteligente que pode alertar fornecedores, varejistas e
consumidores sobre alterações do produto pela ação
do oxigênio. Um exemplo de nanotecnologia aplicada
a sensores de oxigênio é o AgelessEye da Mitsubishi
Gas Chemical, que fica rosa na ausência de oxigê-
nio e muda para cor azul quando detecta oxigênio
na embalagem. Espera-se que o avanço no uso de
nanomateriais aumente a sensibilidade desses senso-
res e permita respostas mais rápidas e mudanças de
coloração mais intensas.
Além dos sensores, um lançamento de indicador
usando nanotecnologia (Timestrip’s nano-TTI system) é
o iStrip, desenhado para detectar o congelamento aci-
dental de produtos refrigerados. O sistema é baseado
em ouro coloidal (nanomaterial), que é vermelho em
temperaturas acima de 0°C, mas o congelamento aglo-
mera a nanopartícula de ouro, o que resulta em uma
solução transparente, indicando o congelamento aci-
dental do produto.
A empresa FreshPoint comercializa uma sé-
rie de indicadores de tempo-temperatura, denomi-
nados CoolVu, baseados em dispositivo com base
metálica. Funcionam como etiquetas de prazo de
validade “dinâmico”, para produtos refrigerados.
No acondicionamento do produto, os indicadores
são aplicados na embalagem, ativados e passam
a mostrar para distribuidores, varejistas e consu-
midores a vida útil do produto. São calibrados de
acordo com a sensibilidade do produto à tempera-
tura (Figura 6.30).
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