Brasil Pack Trends 2020 - page 168

Brasil
PackTrends
2020
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qualidade & novas tecnologias
tem limitado suas aplicações, o que é muito relevante
em um país tropical como o Brasil, de alta umidade
ambiente.
Os agropolímeros podem também ser produzi-
dos por biotecnologia, ou seja, por algas e bactérias
que fermentam açúcares e produzem poliésteres (a
exemplo da família de poli(hidroxialcanoatos) - PHA)
ou por fermentação ácida que gera ácido lático, que
é posteriormente esterificado e polimerizado a poli(á-
cido lático) – PLA. Algas e bactérias também podem
ser usadas para gerar matéria-prima para produção de
biopolímeros.
Plantas geneticamente modificadas foram desen-
volvidas para incorporar enzimas usadas por bactérias
na fabricação orgânica de biopolímeros. O código gené-
tico de bactérias foi transplantado para certas plantas,
a exemplo de soja, a fim de produzirem o biopolímero
no processo celular normal. Após a colheita, o biopolí-
mero é extraído da planta por solvente.
Na tentativa de melhorar o perfil sustentável dos
agrobiopolímeros, esforços de pesquisa têm sido dire-
cionados para a produção desses materiais a partir de
resíduos da indústria de alimentos e bebidas, resíduos
agrícolas e resíduos da indústria madeireira (celulose e
lignina). A questão do uso de energia de fonte renovável
é também um requisito relevante para reduzir o impacto
ambiental de biopolímeros comparativamente ao pro-
cesso convencional das petroquímicas.
A celulose é um polissacarídeo orgânico compos-
to de longas cadeias de glicose. Ocorre naturalmente
em plantas e pode ser produzida por algumas bactérias.
É matéria-prima básica para a fabricação de papel, pa-
pel- cartão, papelão ondulado, celofane e acetato de ce-
lulose. Pode ser quimicamente modificada em polímero
aquossolúvel, compatível com amido e gomas.
As nanopartículas podem ser obtidas a partir de
biopolímeros como celulose (whiskers), amido, proteí-
na e quitina. Nanopartículas de quitosana podem ser
usadas como veículos de compostos específicos em
embalagens ativas, além de sua propriedade antimicro-
biana. Por outro lado, outras nanopartículas inorgânicas
podem ser incorporadas a biopolímeros para melhorar
suas propriedades.
Dentre os materiais biodegradáveis há alguns po-
liésteres de fonte fóssil. Englobam poli(caprolactonas),
poliesteramida e alguns copoliésteres alifáticos e aro-
máticos. Esses materiais são muitas vezes associados
em blends, com biopolímeros, especialmente amidos.
A BASF comercializa um copoliéster aromático-alifá-
tico de fonte fóssil (poli(butileno adipato-co-terefala-
to) – PBAT), mas biodegradável e compostável, sob o
nome de Ecoflex. Outra família de produto que combina
Ecoflex e PLA foi denominada pela Basf de “ecovio”,
para revestimentos de materiais celulósicos. Em parce-
ria com a Ingredion Incorporated (antiga Corn Products
International) a BASF desenvolveu um polímero que
combina o Ecoflex com um polímero à base de amido
de milho, denominado Ecobras, com mais de 50% de
matéria-prima de fonte renovável.
Uma família de filmes à base de celulose regene-
rada que está ganhando expressão no mercado de bio-
materiais é a NaureFlex, da InnoviaFilms. Os produtos
são fabricados a partir da celulose de madeira, no mes-
mo conceito do celofane, contudo se trata de material
compostável, certificado de acordo com as normas de
compostagem industrial EN 13432 (2000) e ASTM D
6400 (2012).
A empresa Novamont
®
desenvolveu e comerciali-
za a tecnologia Mater-Bi, uma família de biopolímeros
termoplásticos biodegradáveis e compostáveis, à base
de amido de fonte não transgênica (geralmente milho).
A empresa DuPont oferece resinas à base de amido ter-
moplástico, sob o nome Biomax TPS – thermoplastic
starch compostable. A Cereplast Compostables é uma
família de resinas à base de amido, compostável, dis-
ponível para o mercado de utensílios plásticos descartá-
veis e embalagens (sopradas e filmes). Pode ser usada
em blends com o PLA Ingeo.
O PLA é um poliéster alifático termoplástico pro-
duzido a partir da fermentação da dextrose e posterior
polimerização do ácido lático em um polilactídeo. É um
dos biopolímeros mais comercializados na área de em-
balagem, devido à sua disponibilidade, custo competi-
tivo e facilidade de conversão em filme ou embalagem
rígida. A NatureWorks é um dos principais fabricantes
mundiais de PLA a partir de oleaginosas. Nos EUA, o
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