Brasil
PackTrends
2020
176
sustentabilidade & ética
FIGURA 7.1
Mudanças observadas
Mudanças observadas na: a) temperatura da superfície média
global; b) nível médio global dos oceanos a partir de medidores
de nível de mar (azul) e de satélite (vermelho); e c) cobertura
de gelo no Hemisfério Norte para março e abril. Todas as
diferenças são relativas às médias correspondentes do período
1961-1990. As curvas suavizadas representam valores de
décadas médios, enquanto círculos mostram valores anuais.
As áreas sombreadas representam os intervalos de incerteza
estimados a partir de uma análise abrangente das incertezas
conhecidas (a, b) e das séries temporais (c)
Fonte: IPCC, 2007
As reduções observadas nas áreas cobertas por
neve e gelo também são consistentes com o aquecimen-
to. Os dados de satélite, desde 1978, mostram que a
área média anual do gelo ártico do mar foi reduzida em
2,7% por década, com reduções mais intensas no ve-
rão, de 7,4% por década. As montanhas glaciares e as
coberturas de neve médias têm diminuído em ambos os
hemisférios. As temperaturas no topo da camada de gelo
do Ártico aumentaram 3°C, em média, desde 1980.
As causas das mudanças climáticas
As mudanças nas concentrações atmosféricas
dos gases de efeito estufa e de aerossóis, cobertura do
solo e radiação solar alteram o balanço energético do
sistema climático e são consideradas impulsionadoras
ou drivers da mudança climática. Esses fatores afetam
a espalhamento, a absorção e a emissão de radiações
da atmosfera e da superfície da Terra. As mudanças po-
sitivas ou negativas no balanço energético, devido a es-
ses fatores, são expressas como “radiações forçantes”,
as quais são utilizadas para comparar o aquecimento ou
o esfriamento do clima global.
As atividades humanas produzem principalmen-
te quatro tipos de gases de efeito estufa de longa vida:
o gás carbônico (CO
2
), o metano (CH
4
), o óxido nitroso
(N
2
O) e os halocarbonos (um grupo de gases contendo
flúor, cloro ou bromo). As concentrações atmosféricas
globais de CO
2
e CH
4
em 2005 excederam bastante os
níveis naturais dos últimos 650 mil anos (Figura 7.2).
O aumento das concentrações de CO
2
é devido
principalmente ao uso de combustíveis fósseis e, em
menor escala, devido à mudança no uso de terra. É
muito provável que o aumento na concentração de
CH
4
seja devido à agricultura e ao uso de combustíveis
fósseis. O aumento na concentração de N
2
O deve-se
principalmente à agricultura.
O 4
o
Relatório do IPCC também conclui que as
mudanças observadas desde a metade do século XX são
muito provavelmente devido ao aumento observado na
concentração dos gases de efeito estufa por ação antro-
pogênica, como mostrado na Figura 7.3. O aquecimento
da atmosfera e dos oceanos observados em larga escala,
juntamente com a perda da massa de gelo, fundamenta
a conclusão de que é extremamente improvável que as
mudanças globais dos últimos 50 anos sejam explicadas
sem as forçantes externas e muito provavelmente não
devido somente a causas naturais conhecidas.