Brasil
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2020
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qualidade & novas tecnologias
milho tem sido usado como fonte de amido/açúcar. Seu
biopolímero Ingeo recebeu certificação de produto de
base biológica do Programa BioPreferred da entidade
americana USDA. A certificação do BioPreferred con-
firma que, no mínimo, 25% do conteúdo de carbono é
de base biológica. Na Europa, a empresa PURAC é um
produtor líder de PLA.
A família de poliéster PHA inclui o poli(hidroxi-
butirato) – PHB e uma variedade de copoliéster, bio-
degradáveis e compostáveis. Poucos são os produtores
mundiais, incluindo a Procter & Gamble, mas temos no
Brasil uma fábrica piloto de PHB e do copolímero po-
li(hidroxibutirato-valerato) – PHBHV, produtos da linha
Biocycle, da empresa PHB Industrial, produzindo esses
biopoliésteres a partir de cana-de-açúcar. A família de
biopolímeros de PHA da empresa Metabolix é comercia-
lizada sob as marcas Mirel e Mvera.
O biopolímero reciclável é uma opção que permi-
te a revalorização e a conservação de energia e de maté-
ria-prima. No Brasil a Braskem adotou essa abordagem
para a produção de um biopolímero, um biopolietileno
de fonte renovável. Em 2010, passou a produzir o Po-
lietileno Verde, semelhante aos grades comerciais de
polietileno de alta densidade e baixa densidade linear,
ou seja, para ser processado em equipamentos conven-
cionais, para a fabricação de embalagem reciclável. A
resina é produzida a partir de bioetanol obtido da cana-
de-açúcar. A principal etapa da tecnologia é a trans-
formação do bioetanol hidratado em etileno. O produto
tem validação da empresa Beta Analytic, que determina
a quantidade de carbono 14 do material e, a partir dis-
so, determina a porcentagem de matéria-prima prove-
niente de fonte renovável.
Essa abordagem também foi feita pela Coca-Cola
no lançamento da PlantBottle (Figura 6.32), que é re-
ciclável, permitindo o retorno da matéria-prima ao ciclo
produtivo com a reciclagem. A garrafa PET é produzida
com 30% de matéria-prima de fonte renovável, ou seja,
o monoetileno glicol vem do etanol da cana-de-açúcar
– BioMEG. Os 70% restantes do material são compos-
tos de ácido teraftálico (PTA), que, juntamente com o
BioMEG, forma a resina PET. Até então, o monoetile-
noglicol (MEG) utilizado nas garrafas PET era de fonte
fóssil. A Coca-Cola e a empresa indiana JBF Industries
anunciaram a construção de uma fábrica da resina Bio-
MEG no Brasil, em Araraquara/SP, que deverá operar a
partir de 2015.
FIGURA 6.32
Tecnologia PlantBottle: 30% de
matéria-prima de fonte renovável
Os materiais de acolchoamento, embora quase
sempre passem despercebidos pelo consumidor final,
são de extrema importância nas etapas de transporte e
distribuição de produtos de maior valor agregado, como
equipamentos de informática, linha branca e eletroele-
trônicos. Existem diversos estudos, já realizados e em
andamento, buscando alternativas para os materiais
tradicionais, como o poliuretano, o poliestireno e o po-
lietileno expandidos. Uma dessas alternativas é a polpa
moldada, muito utilizada em produtos como celulares
e pequenos eletrodomésticos, mas que ainda apresen-
ta algumas dificuldades em termos de produtividade
e homogeneidade de material, dentre outras. Na linha
dos biopolímeros, a empresa Ecovative desenvolveu um
novo material (Figura 6.33), à base de micélios, algo
similar às raízes do cogumelo. Os fungos crescem em
cinco a sete dias, mantidos no escuro, sem a necessi-
dade de água, e se desenvolvem através da digestão de
resíduos agrícolas, como cascas, palhas etc. O formato
do produto é dado pelo molde onde os fungos se de-
senvolvem, podendo-se trabalhar também a questão da
densidade.
Fonte: Divulgação