3. ACV de Embalagem de Vidro para Sistemas Retornável e Descartável
Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / ITAL
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consumo de energia por unidade funcional de produto acondicionado do que a embalagem retornável em
seu primeiro uso.
Outro estudo de ACV de embalagens de vidro retornáveis
versus
embalagens de vidro não-retornáveis ou
descartáveis (
one-way
) foi desenvolvido no Instituto de Embalagem de Bruxelas, na Bélgica (VAN
DOORSSELAER; LOX, 1999), visando o levantamento de dados sobre a energia envolvida em ambos os
sistemas de embalagem (retornável e descartável) para cerveja.
Em geral, os estudos sobre embalagem de vidro iniciam-se com a estimativa da taxa de quebra da
embalagem, uma taxa média de retorno da embalagem e consideram ainda o sistema de distribuição em
um estado de equilíbrio. Assim, todos os trabalhos tendem à conclusão que o sistema retornável possui
menor carga ambiental do que o sistema de embalagem não-retornável (descartável), quando o sistema de
distribuição permanece dentro de um raio de 100 a 150 km.
No estudo desenvolvido por Van Doorsselaer e Lox (1999), os sistemas de distribuição de cerveja em
embalagens de vidro retornáveis e não-retornáveis tiveram seu início na produção da embalagem de vidro,
levando-se em consideração uma taxa de reciclagem de 15%.
Outros aspectos importantes para estudos envolvendo ACV que fizeram parte do escopo do estudo são:
Transporte: foi considerado o transporte associado à distribuição das embalagens de vidro a partir da
unidade produtiva até as empresas envasadoras;
Embalagem secundária e terciária: foi considerada a produção das embalagens secundária e terciária
utilizadas no sistema de embalagem retornável e seu o transporte até os centros distribuidores;
Energia: a energia associada à re-utilização das embalagens retornáveis, incluindo a
lavagem/higienização, transporte e a colocação de novas embalagens e seu transporte, além do
transporte associado à reciclagem de embalagens que são retiradas do mercado foram considerados
neste estudo;
Unidade funcional: a unidade funcional adotada foi de 1.000 L de cerveja comercializada em garrafas de
vidro de 250 mL. A energia envolvida no sistema foi expressa em Joules (J) e encontra-se relacionada
às fontes de energia primária do país, sendo considerado um fator de eficiência de 33% para a
produção de eletricidade.
A energia envolvida na distribuição de 1.000 litros de cerveja em embalagens de 250 mL para uma distância
de 155 km utilizando caminhões de 30 e 10 toneladas foi apresentada como sendo:
E0 (energia necessária para a produção de embalagens não-retornáveis (
one
-
way
) = 9.321 MJ
E1 (energia independente do retorno da embalagem, ou seja, a energia necessária para a distribuição
do produto) = 1.269 MJ
E2 (energia dependente do retorno da embalagem) = 12.668 MJ
As embalagens não-retornáveis avaliadas no estudo foram produzidas com menor massa de vidro (142 g)
comparativamente à garrafa retornável (242 g), sendo também considerada uma menor energia associada a
distribuição do produto descartável. A influência da distância do transporte (do acondicionamento do
produto ao centro distribuidor e retorno) sobre a energia necessária para a distribuição do produto, com
base na unidade funcional avaliada é apresentada na tabela 3.2. A energia associada ao transporte foi
calculada tomando-se por base o consumo médio de um caminhão de 30 toneladas (0,44 MJ/km.ton)
multiplicado pela carga e pela distância de transporte, estando relacionada à unidade funcional adotada no
estudo.
Tabela 3.2 – Quantidade de energia necessária em função da distância de transporte
(VAN DOORSSELAER; LOX, 1999)
Distância de transporte para a
distribuição (km)
Energia necessária (MJ)
Embalagem retornável
Embalagem não-retornável (
one-way
)*
100
320
143
250
800
358
500
1.600
715
750
2.401
1.073
1.000
3.201
1.431
* Na energia envolvida neste sistema foi considerado um fator adicional de 20% associado ao retorno vazio do
caminhão.
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