Avaliação do Ciclo de Vida como Instrumento de Gestão
Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / ITAL
31
A relação entre o consumo de energia associada ao uso da embalagem para a unidade funcional estudada,
considerando-se uma taxa de quebra de 3% da embalagem, encontra-se apresentada graficamente na
figura 3.3. O número mínimo de retornos equivalente a uma mesma quantidade de energia consumida, seja
para um sistema retornável ou não-retornável (
one
-
way
) foi calculado graficamente pela interseção das
linhas E0 (considerada constante para a embalagem
one-way
) e a energia associada ao sistema retornável
(E1+E2), sendo considerado pelo autor como um ponto de equilíbrio entre os sistemas. Entretanto, este
ponto de equilíbrio é alterado em função da taxa de quebra das embalagens de retorno.
Ponto de equilíbrio
16000
14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Energia necessária em
relação à unidade funcional (MJ)
Número de retornos
E
0
1
1
2
+E E
E
Figura 3.3 – Avaliação comparativa entre o consumo de energia por 1000 litros de cerveja em função
do número de retornos da embalagem (VAN DOORSSELAER; LOX, 1999)
Embora o consumo de energia associado ao transporte represente 57% (para uma distância de distribuição
de 155 km) ou 75% (para 500 km) da energia total associada à distribuição do produto (E1), o número de
retornos da embalagem não interfere significativamente neste ponto de equilíbrio. Isso decorre do fato de
que tanto E0 quanto E1, aumentam com a distância de distribuição, tornando desprezível a influência
relativa do número de retornos sobre o ponto de equilíbrio.
Por meio de diversas equações desenvolvidas no estudo, os autores estimaram um número mínimo de
retornos de garrafas considerado como viável para o sistema retornável, tendo sido considerado ainda um
determinado índice de quebra da embalagem de vidro que, neste caso, deve ser reposta por novas
embalagens. Assim, por meio desses cálculos e baseando-se na unidade funcional estudada, foi estimado
que o sistema retornável somente é viável quando o índice de quebra das embalagens é inferior a 35%.
Acima deste percentual de quebra, o sistema descartável passa a ser mais favorável ecologicamente.
Na figura 3.4 é representada esquematicamente a dependência do ponto de equilíbrio do sistema
retornável/descartável em função da distância de distribuição do produto e do índice de quebra da
embalagem.
1...,24,25,26,27,28,29,30,31,32,33 35,36,37,38,39,40,41,42,43,44,...75