4. ACV de Produtos Alimentícios
Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / ITAL
36
A
Coffea canephora
Pierre ex-Froehner, conhecida pelo nome geral de café robusta, é, com certeza, a
variedade mais amplamente distribuída em termos geográficos, sendo por isso, conhecida por vários
nomes. Tem forma bem diferente da variedade típica da
Coffea arabica:
é multicaule, ou seja, muitos ramos
partem do solo, no estado espontâneo, e atingem de 2 a 5 metros de altura. Em algumas regiões de clima
quente, o
Coffea canephora
foi muito plantado. É o caso do Vale do Rio Doce, no Espírito Santo, onde
foram instaladas grandes lavouras de cafeeiros
kouillou
– uma variedade originária da Costa do Marfim,
também conhecida como café conilon.
A semente de café (figura 4.3) é na verdade o mesmo grão que dá origem ao café torrado. A diferença
reside no modo de colheita e dos cuidados posteriores. A coleta das sementes é realizada anualmente, de
abril à junho. Colhem-se apenas frutos maduros (cereja), para em seguida serem lavados, despolpados
(retirada da casca e da polpa) e, finalmente, secos até atingir 15 a 20% de umidade quando, então, estão
aptos para o semeio.
Figura 4.3 – Sementes de café (Fonte: <
>)
4.2.3 Características do Estudo de ACV do Café
O estudo foi conduzido de acordo com a norma ISO 14040 (1997) – Environmental Management - Life Cycle
Assessment - Principles and Framework.
Todas as informações utilizadas neste estudo foram obtidas a partir de coleta de dados feita por meio de
questionários específicos aplicados nas fazendas e/ou enviados por correio, considerando as entradas de
água, energia, fertilizantes, pesticidas, corretivos e disposição de resíduos.
A seleção das regiões estudadas foi feita considerando-se as fronteiras geográficas. As quatro principais
regiões produtoras de café avaliadas foram Sul de Minas Gerais e Cerrado Mineiro, no estado de Minas
Gerais e Mogiana e Alta Paulista, no estado de São Paulo, determinadas pelas seguintes coordenadas
geográficas: 44 a 50° W de longitude e 18 a 24° S de latitude.
Os dados coletados referem-se a produção aproximada de 420.000 sacas de café (de 60 kg), cultivados
numa área aproximada de 14.300 ha. As variedades de café consideradas neste estudo foram Mundo Novo,
Catuaí (amarelo e vermelho), Icatu (amarelo e vermelho), Catucaí (amarelo e vermelho) e Obatã.
Foram contabilizados todos os insumos necessários para a produção do café em termos de uso de
fertilizantes, corretivos, defensivos agrícolas, água, óleo diesel e energia.
O sistema avaliado incluiu o cultivo agrícola nas fazendas comerciais, a colheita, o beneficiamento, a
estocagem e o transporte por caminhões até os portos para exportação. Somente as entradas e saídas
associadas ao cultivo do café foram consideradas nas fronteiras deste estudo. A produção de fertilizantes,
corretivos e pesticidas não foi incluída na fronteira do estudo, mas somente seu consumo e transporte até
as fazendas.
A unidade funcional adotada foi de 1.000 kg de café grão verde destinado para exportação.
A abrangência temporal deste estudo foi de duas safras completas (2001/02 e 2002/03), incluindo os
períodos de maior e de menor produtividade.
O fluxograma elaborado para a produção de café foi adaptado para cada fazenda / empresa avaliada no
decorrer do estudo, considerando os principais processos da cadeia produtiva.
Os dados foram modelados, balanceados e analisados mediante o uso do
software
PEMS4 -
PIRA
Environmental Management System
elaborado pelo
Pira International
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