Avaliação do Ciclo de Vida como Instrumento de Gestão
Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / ITAL
37
Para construção do ICV foram utilizados os modelos de Transporte de Cargas e de Geração de Energia
Elétrica da Rede Pública desenvolvidos pelo CETEA para ACV de produtos brasileiros (COLTRO et al,
2003).
Além das diferenças regionais e de variedades na produção de café, existem as diferenças decorrentes dos
processos de beneficiamento praticados. Existem duas rotas tecnológicas básicas atualmente praticadas: a
rota úmida e a rota seca. As etapas comuns às duas rotas são: limpeza, separação, secagem, estocagem,
processamento e classificação. Na via úmida, ocorre adicionalmente a separação do café cereja, a remoção
da polpa e da mucilagem. Na via seca, o café é seco em terreiros, sem a adição de água (figura 4.4).
Entretanto, na via úmida, o uso de água é essencial para obtenção dos cafés lavados e/ou despolpados
(ALVES, 1999; FILHO et al., 2002; ANDRADE et al., 1999; NANNETTI, 1999a-c; THOMAZIELLO, 2000a-b;
ZAMBOLIN, 2000).
Colheita
Lavagem e separação
Secagem
(ao sol ou mecânica)
Estocagem
Beneficiamento e classificação
Embalagem
Via úmida
Via seca
Café bóia
Café cereja
Remoção da polpa
Remoção da mucilagem
Lavagem do café
Figura 4.4 – Principais etapas de beneficiamento do café pelas vias úmida e seca
4.2.4 Características do Cultivo de Café no Brasil
O estudo de ACV do café grão verde revelou que existem grandes diferenças nos aspectos produtivos do
café no Brasil (COLTRO et al., 2006a), dos quais pode-se destacar:
Dimensão das áreas agrícolas: as áreas de produção de café das propriedades avaliadas variam de
poucos hectares (propriedades familiares) até milhares de hectares (propriedades empresas), o que
acarreta diferentes “perfis” de produtores de café;
Diferenças edafoclimáticas: estas diferenças decorrem do fato destas áreas de cultivo estarem
localizadas, principalmente, entre as latitudes que variam de 10° a 24° Sul e longitudes que variam de
40° a 54° Oeste, e entre os mais diversos tipos de climas, tais como: a) quente semi-úmido, com 4 a 5
meses secos (região do Cerrado de Minas Gerais); b) sub-quente semi-úmido, com 4 a 5 meses secos
(região da Alta Mogiana e Sul de Minas Gerais); c) sub-quente úmido, com 1 a 3 meses secos (regiões