Brasil
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2020
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qualidade & novas tecnologias
A incorporação de minerais finamente dispersos
em polímeros é feita, em geral, em polietileno de baixa
densidade, mas também se observa no mercado incor-
poração em misturas de poliamida e polietileno. O mi-
neral é encapsulado em partículas pelo polímero, for-
mando um labirinto entre as cadeias poliméricas, que
pode aprisionar gases como o etileno. A maioria desses
filmes é opaca e tem capacidade limitada de absorção
desse gás. A escolha da base polimérica deve sempre
considerar a permeabilidade aos gases da respiração do
vegetal a que se destina ou utilizar uma eventual per-
furação do filme, para evitar condições de anaerobiose,
que aceleram a deterioração de frutas e hortaliças e até
gerar riscos de patogenicidade. Empresas como PEAK-
Fresh, Bio-Fresh, Evert-Fresh, Amcor e muitas outras
comercializam filmes ativos para aplicação no mercado
doméstico, em caixas de transporte e para recobrimento
de paletes (Figura 6.8).
FIGURA 6.8
Absorvedores de etileno
incorporados em filmes plásticos
Fonte: Divulgação
Além de promover a absorção de etileno, a incor-
poração de certos minerais em polímeros pode também
aumentar a permeabilidade dos filmes, de forma que o
etileno e o CO
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saiam mais rapidamente da embalagem
e o oxigênio entre mais rápido, afetando pouco a fisio-
logia vegetal, devido à pequena alteração da atmosfera
dentro da embalagem, em relação ao ar. Essas altera-
ções na permeabilidade podem reduzir a concentração
de etileno no espaço-livre da embalagem e, consequen-
temente, aumentar a vida útil, independentemente de
qualquer absorção de etileno.
Embalagens antimicrobianas
A função da embalagem antimicrobiana é poten-
cializar as mesmas funções da embalagem convencio-
nal, ou seja, garantir a segurança, manter a qualida-
de e estender a vida útil do produto. Além disso, pode
reduzir o potencial de recontaminação de alimentos e
bebidas processados, simplificar tratamentos que têm
por objetivo eliminar a contaminação de materiais de
embalagem e promover a autoesterilização, pelo menos
teoricamente, de alguns produtos, a exemplo de bebi-
das ácidas como os sucos de frutas. Podem ser classifi-
cadas em dois tipos, ou seja, aquelas em que o agente
ativo migra para a superfície do alimento e aquelas em
que é efetivo sem a necessidade de migração.
As embalagens com atmosfera modificada com
injeção de gás carbônico, que tem atividade fungistáti-
ca e bacteriostática, são exemplos de embalagens ati-
vas antimicrobianas. Emissores de etanol e de CO
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na
forma de sachês controlam o crescimento de fungos em
alimentos e a contaminação nas próprias embalagens.
Emissores de SO
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são usados na forma de sachês/pads
ou filmes incorporados para controlar o desenvolvimen-
to de fungos (Botrytis Cinerea) em uvas (Figura 6.9).
Compostos ativos antimicrobianos também podem
ser incorporados no material de embalagem. Quando
incorporados em embalagens plásticas, geram os polí-
meros bioativos. Vários compostos sintéticos (também
denominados químicos), naturais e probióticos têm
tido seu potencial antimicrobiano analisado, a exemplo
de íons metálicos, extratos naturais, ácidos orgânicos e
seus sais, bacteriocinas, fungicidas, enzimas, alcoois,
gases (dióxido de cloro, triclosan) e extratos naturais.