Brasil
PackTrends
2020
150
qualidade & novas tecnologias
Extratos de canela, cravo-da-índia, alho, orégano, ale-
crim e semente de grapefruit incorporados a sistemas de
embalagem têm se mostrado efetivos contra a deterio-
ração microbiológica. Fungicidas tradicionais utilizados
na agricultura como o benomil (C
14
H
18
N
4
O
3
) e o imazalil
(C
14
H
14
Cl
2
N
2
O)
têm sido incorporados em filmes plásti-
cos com demonstração de atividade antifúngica.
FIGURA 6.9
Emissor de liberação rápida de
dióxido de enxofre - Grape Guard.
Metabissulfito de sódio é o
componente ativo aplicado em
filmes laminados para
conservação de uvas
Fonte: Divulgação
Como a maioria dos agentes antimicrobianos
apresenta diferentes mecanismos de ação, a mistura de
compostos ativos pode aumentar a atividade por meio
de uma sinergia entre eles.
Os agentes antimicrobianos podem ser direta-
mente incorporados ao material de embalagem, na for-
ma de mistura mecânica durante o processo de trans-
formação do polímero ou imobilizados quimicamente e
aplicados como revestimento. Na imobilização química,
ligações covalentes imobilizam o agente antimicrobia-
no na estrutura polimérica e é necessário um intenso
contato entre a embalagem e o produto, a exemplo do
que ocorre em produtos acondicionados a vácuo e em
produtos líquidos e com baixa viscosidade.
O grande foco dos desenvolvimentos, provavel-
mente, serão os mecanismos de manipulação dos agen-
tes antimicrobianos e da cinética de liberação dos mes-
mos e os antimicrobianos naturais, incorporados em
polímeros sintéticos ou em biopolímeros. A preferência
pelos antimicrobianos naturais deve-se à possibilidade
de aprovação legal com maior facilidade e às exigências
do consumidor que busca alimentos mais saudáveis e
produtos naturais.
As principais dificuldades encontradas podem ser
resumidas em: atendimento aos critérios legais relativos
à aprovação para contato com alimentos; receio de efei-
tos adversos sobre o produto, sobre a saúde do consumi-
dor e/ou sobre o meio ambiente; falta de evidências da
eficácia; exigência de contato de muitos dos elementos
ativos, o que limita seu potencial; e alto custo.
Higienização
Embora ainda não seja uma realidade comercial,
o Fruitwash Label pode ser uma tendência na linha de
selos para frutas. Os selos atuais, além de serem de difí-
cil remoção, na maioria das vezes são utilizados apenas
para a identificação do produtor e, em alguns poucos
casos, servem como fonte de informação sobre a origem
da fruta e permitem a inclusão de código de barras. O
Fruitwash Label (Figura 6.10) transforma-se em sabão
ao se lavar a fruta, auxiliando na remoção de sujidades
e outros resíduos que possam estar no produto.
FIGURA 6.10
Rótulo que se transforma em
sabão na lavagem da fruta
Fonte: Divulgação