Brasil
PackTrends
2020
143
qualidade & novas tecnologias
Embalagens ativas e embalagens inteligentes es-
tão associadas, por isso são chamadas de smart packa-
ges, embora sejam conceitualmente diferentes. O termo
“embalagens ativas” refere-se a uma série de tecnolo-
gias, nas quais a embalagem interage com o produto di-
retamente ou por meio do espaço-livre da embalagem, a
fim de assegurar a qualidade, a segurança ou aumentar
a vida útil de alimentos e medicamentos. Dividem-se
em dois grupos: aquelas que absorvem compostos pre-
judiciais ao produto que acondicionam e aquelas que
liberam compostos que melhoram as propriedades e/ou
aumentam a vida útil do produto.
As embalagens ativas incluem absorvedores de
oxigênio que visam proteger o produto contra reações
de degradação oxidativa, com consequente perda de
propriedades sensoriais (como sabor, cor e odor), contra
deterioração microbiológica e contra a perda de princí-
pios ativos em cosméticos e medicamentos; absorve-
dores de CO
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para café torrado e moído, minimizando
estufamento das embalagens; absorvedores de etileno
para frutas frescas, retardando a maturação; absorve-
dores/controladores de umidade para proteger produtos
contra a umidificação; absorvedores de odor estranho;
absorvedores de colesterol. Dentre as embalagens ati-
vas, os maiores volumes de aplicação estão em absor-
vedores de oxigênio e de umidade.
A função inversa de emissores também aumenta
a estabilidade e garante a qualidade de vários produtos.
Assim funcionam os emissores de compostos antioxi-
dantes, os emissores de etanol, que são agentes anti-
mofos, os emissores de gás carbônico com ação antimi-
crobinana (fungistática e bacteriostática), os emissores
de SO
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com ação sobre certos fungos. Nessa linha de
embalagens antimicrobianas também há filmes com in-
corporação de íons prata.
As embalagens ativas emissoras de última gera-
ção são também conhecidas como Controlled Release
Packaging – CRP, ou seja, liberam, de forma controlada,
durante a estocagem, os compostos ativos como agentes
antimicrobianos, antioxidantes, realçadores de sabor, en-
zimas e compostos nutracêuticos, dentre outros.
A incorporação de metais (zinco e magnésio)
para preservação de cor e de inibidores de enzimas,
as embalagens antiaderentes e com muitas outras fun-
cionalidades também se enquadram nessa categoria de
embalagens ativas, muitas delas produzidas com base
em nanotecnologias. Tradicionalmente, as embalagens
com atmosfera modificada são consideradas embala-
gens ativas.
As primeiras embalagens ativas concentraram-se
na incorporação do agente ativo em sachês. Atualmen-
te, o enfoque tem sido a incorporação ou a imobiliza-
ção do agente ativo no próprio material de embalagem
(mono ou multicamada), em tampas, rolhas para vi-
nho, liner ou vedante de tampas, rótulos e etiquetas.
Esta é uma forma de maximizar a eficiência da em-
balagem ativa e minimizar problemas decorrentes da
inclusão de um agente estranho ao produto dentro da
embalagem, o que pode levar a uma interpretação er-
rônea por parte do consumidor e prejudicar a linha de
produção.
O avanço dessas tecnologias é limitado pelas res-
trições legais relativas à segurança de alimentos. Com-
ponentes ativos precisam ser registrados em listas posi-
tivas e os limites de migração total e específica devem
ser respeitados. No entanto, à medida que os requisitos
legais forem sendo cumpridos e as empresas passarem
a quantificar as vantagens econômicas do uso de tec-
nologias ativas, ao mesmo tempo que os consumidores
perceberem a melhora da qualidade e/ou segurança,
é muito provável que as embalagens ativas se tornem
uma importante tecnologia de preservação.
Absorvedores de oxigênio
O oxigênio residual dentro da embalagem é ati-
vo química e biologicamente na degradação de ali-
mentos, bebidas, medicamentos, cosméticos, agro-
químicos etc., por isso as técnicas convencionais de
acondicionamento em embalagem barreira passiva as-
sociadas à inertização, vácuo ou atmosfera modificada
6.1 EMBALAGENS ATIVAS