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Saúde
Anvisa aprova regulamentação de controle de gorduras trans com contribuições do Ital
Além de participar das discussões regulatórias, instituto orienta indústria e esclarece consumidor há mais de uma década

Por Jaqueline Harumi | Postado em 26/12/2019 15:58:18 | Atualizado em 22/01/2020 10:25:56

Em cinco anos, Ital analisou ácidos graxos de 1003 produtos (Crédito: Antonio Carriero/Ital)

O Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, fez relevantes contribuições à Gerência-Geral de Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no estabelecimento de requisitos para uso de gorduras trans industrial em alimentos, cuja regulamentação foi aprovada no dia 17. Além disso, desde 2010, quando publicou o estudo Brasil Food Trends 2020, o Ital motiva a inovação estratégica, tácita e confiável no setor de alimentos e bebidas com base em macrotendências, dentre elas Saudabilidade e Bem-Estar.

As contribuições do Ital no processo regulatório sempre ocorreram à convite da Anvisa ao longo dos anos. Na reunião para discussão regulatória sobre ácidos graxos trans, realizada há um ano pela agência na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Brasília, o instituto listou o quantitativo identificado em 1.003 produtos alimentícios analisados nos últimos cinco anos a pedido dos fabricantes, apontando, por exemplo, que na sardinha em óleo há opções de 0,04 a 0,32 gramas de gorduras trans a cada 100 gramas de produto, e na sardinha ao próprio suco com óleo tem opções de 0,01 a 0,15 gramas a cada 100 g de produto.

“Constatamos que a maioria dos produtos analisados, de diferentes tipos, está com a quantidade de gorduras trans bem abaixo do estabelecido de 1º de julho de 2021 até janeiro de 2023. Consideramos que a indústria está ciente e buscando alternativas de redução de gorduras trans de maneira gradativa desde 2003, quando a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontaram, com nível de evidências científicas convincente, que o consumo de gorduras trans aumenta o risco de doença cardiovascular”, esclarece a pesquisadora Roseli Ferrari, atual diretora do Centro de Ciência e Qualidade de Alimentos (CCQA) do Ital.

Segundo a Anvisa, foram oito as principais recomendações de saúde pública relacionadas a ácidos graxos trans até a atual regulamentação, tendo se destacado em 2008 a obrigatoriedade de estarem discriminados na rotulagem nutricional. “Sempre nos convidam para participar dos grupos de discussão, e nos consultam porque sabem da nossa competência e entendem que as restrições precisam ser concretizadas considerando a ciência e tecnologia que dispomos na atualidade”, ressalta Roseli.

Justamente diante da evolução da pesquisa e desenvolvimento (P&D) e dos desdobramentos do Food Trends, o Ital passou a contar com uma plataforma de inovação tecnológica dedicada a estudos de tendências e disseminação do conhecimento técnico-científico nacional e internacional não só para a indústria como para a sociedade. Desde o início, o instituto pontuava a existência e necessidade de ampliação da produção de alimentos industrializados isentos ou com teores reduzidos de sal, açúcar e gorduras dentre tantas outras opções ligadas à Saudabilidade e Bem-estar sem deixar de atender outras quatro macrotendências: Sensorialidade e Prazer, Conveniência e Praticidade, Qualidade e Confiabilidade e Sustentabilidade e Ética.

Dentro da série, o Ingredients Trends, publicado em 2014, ainda teve parte do conteúdo dedicado à melhoria de qualidade e reformulação de produtos, incluindo uma abordagem específica de ingredientes para redução e substituição de gordura. Já no site www.alimentosprocessados.com.br, mantido pela plataforma e revisado por comitê técnico-científico, podem ser consultados os produtos em que são encontrados óleos, gorduras e substitutos e as iniciativas empresariais destinadas à redução de gorduras.