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Notícia
Avaliação do Ciclo de Vida analisa impacto ambiental de produtos
Trabalhos desenvolvidos pelo CETEA mensuram custo ambiental de diversos processos produtivos

Postado em 19/04/2007 00:00:00

A questão ambiental nunca esteve tão em pauta. Mas, o Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA) do ITAL desenvolve trabalhos na área desde a década de 90 e mantém projetos relacionados a eles. Uma das linhas mais importantes nesse sentido é o trabalho com Avaliação do Ciclo de Vida, em que o Centro foi pioneiro no País. O uso da ACV permite evidenciar os impactos ambientais dos produtos analisados e os pontos em que eles podem ser minorados. Isso equivale a dizer que se trata de uma ferramenta de obtenção de dados gerados com o intuito de motivar ações, parte que cabe à empresa ou associação que solicita sua realização. No início da década de 90, começaram a emergir pressões relativas à questão ambiental e, consequentemente, houve um aumento das exigências por soluções relacionadas à embalagem. Diante dessa demanda, os pesquisadores do Centro passaram a dar maior atenção à ferramenta, que já era utilizada no exterior. #A ACV, diferente de outros processos que envolviam a preocupação ambiental com embalagens na época, não se ocupava apenas do pós-consumo, mas do ciclo produtivo da embalagem como um todo. “Começamos a estudar o tema mais ou menos em 1995. E, em 1997, apresentamos uma proposta para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) de aplicar o estudo de ciclos de vida para analisar diversos sistemas de embalagem utilizados no Brasil”, conta a pesquisadora do CETEA, Eloísa Garcia, que faz parte da equipe desde o início dos trabalhos. Foi, deste modo, montado um consórcio de associações e empresas brasileiras interessadas em desenvolver o tema de avaliação dos ciclos de vida para que fosse possível obter dados reais, essenciais para a realização do trabalho. “Construímos uma base com dados reais dos sistemas coletados nas empresas. De cada ciclo de vida, coletamos dados desde a extração de recursos naturais até a disposição final”, explica Eloísa. As informações obtidas em todas as etapas do ciclo de vida do produto estudado estão relacionadas com as diversas categorias de impacto ambiental consideradas em um estudo de ACV, como redução de recursos naturais, uso de água, consumo de energia, mudanças climáticas (efeito estufa), ecotoxicidade, toxicidade humana, formação de fumaça fotoquímica, acidificação, nutrificação / eutrofização, uso de terra, uso de espaço para destinação final de resíduo sólido etc. O Centro ainda trabalha com ACV, respeitando uma tendência cada vez mais consolidada de preocupação com o meio ambiente. Os projetos realizados atualmente referem-se a materiais que ainda não foram analisados e à demanda espontânea de empresas dispostas a mapear e melhorar seu processo, que já entenderam a importância da ferramenta de Avaliação do Ciclo de Vida e que vislumbram a necessidade de gerar dados que cada vez mais estão sendo solicitados para a exportação de seus produtos. Os pesquisadores que trabalham com ACV fazem, porém, uma ressalva quanto a sua utilização como ferramenta de marketing. “É um contexto tão complexo, que ninguém sai ganhador. Só se for feita uma análise pontual, mas seria uma ilusão. A ACV começou como uma ferramenta de marketing, mas hoje é um elemento de coleta de dados para interpretar o custo ambiental de um produto e está ligada à responsabilidade ambiental das empresas”, conclui Eloísa. Material produzido pela Assessoria de Comunicação Foto: Antônio Carriero Mais informações: 19.3743.1757