Postado em 07/11/2017 15:16:30
Imagine uma tesoura microscópica que vai até dentro das células e faz cortes cirúrgicos na fita dupla do DNA dos seres vivos. Esse corte retira características indesejadas do genoma que, após regeneração natural da célula, desaparecem completamente.
A técnica conhecida como Crispr-Cas9 representa o maior avanço científico já obtido para devolver o prazer de comer massas, pães, biscoitos e inúmeras iguarias gastronômicas à base de trigo para pessoas com doença celíaca, causada pela intolerância às proteínas do glúten.
Estima-se que 1% da população mundial, ou 76 milhões de pessoas, tenha a doença, cujos sintomas clássicos são diarreia ou prisão de ventre crônica, dor abdominal, inchaço na barriga, danos à parede do intestino, falta de apetite e, como consequência, anemia, perda de peso e desnutrição. Na onda do estilo de vida de famosos e celebridades, muitos seguem atualmente dietas com redução ou completa eliminação do glúten.
Em estudo publicado em setembro pela revista científica Plant Biotechnology Journal, pesquisadores espanhóis e americanos revelaram que, utilizando o Crispr, conseguiram modificar permanentemente 35 de 45 genes de uma variedade selvagem de trigo, o que levou a uma queda de 85% na reação imunológica contra o glúten. O desafio agora é desativar os 10 genes restantes para que a cepa “gluten-free” esteja pronta para testes, mas o fato é que o experimento já mostrou a viabilidade de produzir pães de trigo com baixo teor de glúten.
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