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Notícia
Food Safety
Pesquisadora do Ital é mais uma brasileira a integrar a comissão internacional de alimentos
Marta Taniwaki é a única brasileira membro da International Commission on Food Mycology (ICFM)

Por Tatiana Freitas | Postado em 03/07/2020 08:55:22 | Atualizado em 22/07/2020 11:49:21

Ao completar 35 anos de Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), a pesquisadora Marta H. Taniwaki, que atua no Centro de Ciência e Qualidade dos Alimentos (CCQA), carrega em sua bagagem muito conhecimento e boas recordações. Ela é a única brasileira membro da International Commission on Food Mycology (ICFM) e a segunda na International Commission on Microbiological Specification for Foods (ICMSF) – traduzidas como: Comissão Internacional de Micologia de Alimentos e Comissão Internacional de Especificações Microbiológicas para Alimentos, respectivamente.

“Fui chamada para participar da ICMSF em 2008 por indicação de alguns membros que conheciam meu trabalho. Por dois anos participei como consultora para depois ser aceita efetivamente como membro. Caso a ICMSF não aprovasse os meus trabalhos, eles iriam procurar um outro especialista na área de Fungos e Micotoxinas em alimentos. Neste ponto a ICMSF é bem pragmática”, relembra.

A ICMSF foi formada em 1962 e é uma comissão ligada à União das Sociedades Biológicas Internacional (IUBS) e à Organização Mundial da Saúde (OMS) das Nações Unidas. As atividades e operações da ICMSF estão especificadas por leis e seu principal papel é ser uma fonte de conceitos científicos independentes e imparciais, a fim de reduzir a incidência de doenças transmitidas por alimentos e a deterioração microbiológica, facilitando o comércio global. A divulgação dos trabalhos da ICMSF é realizado por meio dos livros que são internacionalmente conhecidos e seguidos, e pelos eventos ao redor do mundo. Todo ano a ICMSF se reune a convite de um país patrocinador.

Atualmente a ICMSF é formada por 18 membros de diferentes países que representam a área de microbiologia de alimentos do mundo. Nesta comissão, a pesquisadora do Ital, Marta H. Taniwaki, representa a área de Fungos e Micotoxinas em Alimentos. “Procuro responder as questões que envolvem a deterioração causada pelos fungos nos alimentos e mapear a contaminação de fungos e suas toxinas, a fim de evitar a exposição da população a esses compostos tóxicos”, explica.

A equipe da ICMSF está trabalhando no livro 9 sobre: “Managing Food Safety and Stability in the Context of Global Megatrends” (Gerenciamento da segurança e estabilidade de alimentos no contexto de mega tendências globais). “Já participei de outros dois livros sendo que o livro 8 “Use of Data for Assessing Process Control and Product Acceptance” (Uso de dados para avaliar o controle do processo e a aceitação do produto), serviu como base para a adoção dos critérios microbiológicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentados na resolução RDC 331/19”, completa Marta.

Para o Ital, histórias como a da Marta são motivo de muito orgulho. No Instituto, a pesquisadora (formada em Biologia e PhD em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela University of New South Wales, Austrália) atua no CCQA, especificamente na área de Fungos e Micotoxinas de Alimentos. Dentre os trabalhos desenvolvidos na área de Food Safety (Segurança do Alimento) destacam-se:

- Fungos e toxinas no café: da fazenda à xícara;
- Fungos e toxinas na castanha do Brasil: da floresta ao consumidor;
- Fungos e toxinas no cacau: do cacaueiro ao chocolate;
- Fungos e toxinas no arroz: do campo ao consumidor.

“Sou muito grata ao Ital por me apoiar em toda minha trajetória, pois um bom trabalho envolve uma boa equipe e condições para realizá-lo. No início da carreira nada é fácil, mas um projeto por mais simples que seja, se for bem executado, leva à publicação numa revista e apresentação num evento. Daí a persistência em buscar novos projetos e publicar seus resultados. Chegou um momento que percebi que as pessoas estavam citando meus trabalhos, repetindo os meus conceitos e até apresentando o que eu já havia publicado. Isso dá uma boa segurança em fornecer respostas à toda cadeia produtiva de alimentos, desde o produtor até a indústria. Permite aprimorar as metodologias analíticas, que é um dos pontos fortes do nosso laboratório de microbiologia, melhorar a infraestrutura com equipamentos e fazer parcerias com os melhores profissionais do Brasil e do mundo”, destaca Marta que acumula em seu currículo também a participação no grupo técnico do Comitê Codex de Contaminantes de Alimentos (CCCF) coordenado pela Anvisa.

“Esta tem sido a minha trajetória: o tempo voa, nem acredito que já se passaram 35 anos e ainda vem mais. Uma coisa eu compartilho com meus colegas do Ital: a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem - Hebreus 11:1. É esta fé, no Deus da Bíblia, que tem me levado a vencer os desafios da vida”, finaliza.