Por Setor de Comunicação do Ital | Postado em 05/06/2020 13:33:07 | Atualizado em 08/06/2020 12:23:42
Paçoca e pé de moleque são doces típicos no Brasil, principalmente em junho, quando se celebram as festas juninas afetadas pela pandemia do novo coronavírus, mas nada impede que a população se delicie em casa com o amendoim, produto fruto do agro paulista, que é responsável por 90% da produção nacional e abriga parte importante dos demais elos da cadeia. Aliás, a safra de amendoim deste ano foi beneficiada pelo clima e a alta do dólar favoreceu as exportações, gerando renda aos produtores de São Paulo, que contam com o fomento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento nas áreas de pesquisa, extensão rural e abastecimento.
Dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) mostram que a produção paulista em 2019 foi de 602,9 mil toneladas e R$ 1,03 bilhões em 1.500 propriedades rurais, principalmente de Jaboticabal, Presidente Prudente, Tupã, Marília, Barretos, São José do Rio Preto, Assis, Lins, Catanduva e Ribeirão Preto. Ao todo, 198 mil toneladas de amendoim em grãos foram exportadas, principalmente para Rússia, União Europeia e Argélia, e 39 mil toneladas de óleo de amendoim foram exportadas para China e Itália, totalizando 276 milhões de dólares arrecadados. Já no mercado interno o produto é utilizado principalmente na indústria para produção de confeitos, amendoim salgado e pastas proteicas.
Estima-se que 70% das lavouras paulistas de amendoim sejam plantadas com cultivares desenvolvidas pelo Instituto Agronômico (IAC-Apta), que lançou na Agrishow de 2019 o IAC Sempre Verde, primeira cultivar adequada para o mercado de produtos orgânicos, com produtividade que pode atingir cinco mil quilos por hectare sem o uso de fungicida.
Como aproximadamente 25% da composição do amendoim é proteica, é estratégico na alimentação de adultos e crianças, segundo nutricionistas da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro). Rico em ácidos graxos poli-insaturados, considerados gorduras boas, e resveratrol, o amendoim pode contribuir com a prevenção de doenças cardiovasculares, câncer, envelhecimento precoce e anemia, além de auxiliar na manutenção da saúde muscular e reduzir os riscos de má formação fetal.
Assim o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital-Apta) atua em quatro frentes junto à cadeia do amendoim, em especial por meio de análises de controle de qualidade com laboratório credenciado pelo Programa Pró-Amendoim, selo da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) que leva em consideração regulamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Também se destaca na capacidade de oferta de pacotes tecnológicos para o desenvolvimento de novos produtos, explorando os efeitos benéficos do amendoim como alto teor de ácidos graxos monoinsaturados e elevado valor proteico, e de promoção da industrialização com equipamentos de pequeno porte, viáveis a micro e pequenas indústrias, empregando tecnologia nacional e diminuindo a dependência brasileira de grandes players multinacionais.
A quarta frente de atuação está na capacidade de oferecer suporte técnico para realizar pesquisas, principalmente alinhadas a conceitos de economia circular e sustentabilidade como o reaproveitamento de excedentes da indústria como a casca e o óleo para obtenção de ingredientes competitivos de alta performance tecnológica com propriedades funcionais.
