Postado em 18/01/2007 00:00:00
#Alimentos funcionais são aqueles provenientes ou adicionados de matéria prima com propriedades benéficas específicas à saúde do organismo humano. Assim, há alguns anos parecia ser impossível associar a funcionalidade a guloseimas conhecidas na indústria alimentícia como candies – confeitos, goma de mascar, balas e chocolate. Mas essa tem se tornado uma realidade cada vez mais comum. O mercado de funcionais já apresenta dados significativos. Em 2005, movimentou no mundo aproximadamente US$ 60 bilhões, essencialmente nos EUA, UE e Japão e, no Brasil, US$ 3,6 bilhões. Os números do crescimento desse tipo de alimento também são promissores. Estimativas apontam para um crescimento mundial médio, até 2010 – somados alimentos funcionais e orgânicos –, de 17% ao ano e nacional de 35%. * Deste modo, o mercado brasileiro de candies não podia ficar de fora de uma disposição cada vez mais consolidada. “É uma tendência que já vem da Europa e dos EU há alguns anos. No Brasil, ainda demoramos a chegar a um nível de informação para aumentar a produção e a oferta de produtos funcionais, mas é um mercado com tendência de crescimento já há cerca de cinco anos”, conta a pesquisadora do Centro de Cereais, Chocolates, Balas e Confeitos (CEREAL CHOCOTEC) Marise Bonifácio Queiroz. #Como as candies são alimentos de baixo valor agregado, conferir a eles características que diferenciem o produto de seus semelhantes é uma estratégia adotada pelas empresas. Deste modo, funcional, orgânico, diet e light são apelos que permitem essa distinção. Além disso, são maneiras de conferir uma função a alimentos conhecidos como indulgentes – ou seja, consumidos apenas por prazer e não por sua necessidade para a saúde. “Se você está consumindo por prazer, por que não consumir por prazer e com algum benefício que possa trazer para a saúde?”, reflete Marise. Como exemplos de candies que seguem essa linha, entre os funcionais podem ser destacados as gomas de mascar com xilitol, ingrediente que, além de não provocar cáries – fama que aterroriza pais e dentistas – ajuda a preveni-las, e os chocolates com alta concentração de flavonóides, que trazem diante de doenças cardiovasculares as mesmas propriedades do vinho tinto. Já as candies diet, bastante disseminadas no mercado, têm no auxílio da prevenção da obesidade sua funcionalidade, por evitarem o consumo de açúcar que um confeito tradicional ocasionaria. Por fim, entre os orgânicos, estão alimentos que, em sua produção, trabalham com a agricultura orgânica, relacionando-se com consumo sustentável. Mesmo não havendo dúvidas de que se trata de um mercado em expansão, todavia, uma mudança maciça nos produtos encontrados pode demorar a acontecer no País. Ainda que muitas vezes não exija grandes modificações no processo, apenas com a adição de novos ingredientes, os custos de produção são maiores, o que dificulta que o fabricante passe a trabalhar com esses produtos. “A principal mudança é cultural. O custo é maior, mas o valor agregado também é maior e vai ser vendido por um preço maior no mercado. Mas as empresas ainda têm dificuldade de colocar no mercado brasileiro essa diferenciação de produto. É um nicho: ele consegue vender por um preço maior, mas em um volume menor”, conta a pesquisadora. Esse nicho é composto por pessoas que procuram consumir produtos que seguem a linha de bem-estar e saúde. Assim, são propriedades que visam contribuir para amenizar a fama de vilão que esse tipo de alimento, visto como calórico, pobre nutricionalmente e cariogênico, tem. Marise alerta, porém, que a funcionalidade das candies, por si só, em muitos casos não é suficiente para ocasionar um benefício à saúde. “Em confeitos é difícil você ter a alegação de funcional porque eles são tratados como alimentos supérfluos. E como são consumidos em baixas quantidades, para chegar a ter um nível de consumo para ter aquela funcionalidade, é necessário consumir um pacote inteiro. A funcionalidade do confeito vem a complementar uma dieta em que há outros alimentos funcionais”, observa. A pesquisadora conclui que, na busca pelo prazer, as candies são alimentos que não serão deixados de lado, mas acredita que possa ocorrer uma alteração significativa. “Dificilmente as pessoas vão parar de consumir, porque são produtos prazerosos, mas podem mudar seus hábitos de consumo”, finaliza. * Fontes: OTA/ ABIA/ ABICAB Material produzido pela Assessoria de Comunicação Foto: Antônio Carriero Mais informações: 19.3743.1757
