Postado em 01/11/2018 10:10:59
O Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, celebrou seus 55 anos junto a colaboradores, parceiros e autoridades em eventos realizados em 27 e 30 de agosto, oportunidade em que também lançou a publicação Alimentos Industrializados: A importância para a sociedade brasileira e anunciou o Projeto Alimentos Industrializados 2030, que tem como escopo orientar e informar o consumidor.
Criado em 30 de agosto de 1963 como Centro Tropical de Pesquisa e Tecnologia de Alimentos (CTPTA), por iniciativa do Governo do Estado em parceria com o Governo Federal e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o ITAL vem desempenhando ao longo de sua história importante papel no desenvolvimento de processos, produtos e embalagens, sendo que nos últimos cinco anos se empenhou para o alinhamento às necessidades atuais da pesquisa, do mercado e do consumidor, com ênfase não só na segurança e qualidade dos alimentos como na inovação e nos estudos estratégicos e de tendências.
“O mundo mudou, o Brasil está mudando e vai mudar cada vez mais e cada vez mais rápido. E se nós queremos participar desse futuro, participar do Brasil, nós temos que inovar”, ressaltou aos colaboradores a diretora substituta do ITAL, Eloisa Garcia, que coordenou a elaboração de um folder comemorativo que destaca as principais realizações do instituto nos últimos cinco anos, dando prosseguimento ao conteúdo do livro Ciência, Tecnologia e Inovação a Serviço da Sociedade e da Indústria Brasileira de Alimentos, publicado na celebração dos 50 anos.
Desde o cinquentenário, o ITAL atendeu 112 estagiários e 1937 clientes externos, com índice médio de satisfação de 93%, realizou anualmente 52 eventos, totalizando quase 2 mil participantes, executou 327 projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) apoiados por agências de fomento e publicou 283 artigos científicos e nove livros.
Entre 2013 e 2018, houve a recertificação do Sistema de Gestão de Qualidade pela NBR ISO 9001, a implantação da Comissão de Integridade e Ética na Pesquisa (CIEP), do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) e do curso de mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos, aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), assim como a evolução da qualificação dos pesquisadores: 69% do corpo técnico são doutores. Também houve a consolidação do Fraunhofer Project Center, representação do instituto alemão Fraunhofer IVV no Brasil para cooperação técnica e científica, em especial para o estímulo à bioeconomia.
Além disso, foi aprovado neste ano o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDIP) do ITAL pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que permite a aplicação de R$ 13,164 milhões em três anos – 47% em equipamentos, 40% em bolsas e 13% em custeio. Como parte do PDIP, está em andamento o processo seletivo de três das cinco Bolsas Jovem Pesquisador e ainda serão oferecidas quatro bolsas de Mestrado e oito de Pesquisa no Exterior, permitindo não só o reforço da equipe como a ampliação das linhas de pesquisa.
Para o diretor do ITAL, Luis Madi, os colaboradores têm todo o potencial de dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido, fazendo o máximo com os recursos que possuem.
Referência no setor
O coordenador da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (APTA), Orlando Melo de Castro, considera que o instituto tem muito o que comemorar. “O ITAL realmente se tornou uma referência na pesquisa e nos ramos de tecnologia na área de processamento, na área de embalagens, mesmo tendo sido criado em uma época que isso engatinhava no Brasil”, disse o coordenador, que lembrou o recente incentivo do governo com o novo marco de Ciência, Tecnologia e Inovação e a implantação dos NITs no Estado.
Ex-estagiário do ITAL, com experiência iniciada em 1974, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Francisco Jardim, lembrou que o instituto sempre foi muito contributivo, destacando seu papel no acesso da população aos alimentos. “O custo da alimentação era 50% do seu salário e o Brasil em 40 anos passou a ser o 5o produtor mundial de alimentos. Foram políticas públicas e instituições, como nosso querido ITAL, que contribuíram para o País chegar nesse patamar. O Brasil tem uma responsabilidade ímpar quando se fala em 1 bilhão de pessoas com fome.”
Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo, André von Zuben, o ITAL tem muito a ensinar e ajudar institutos de pesquisa e universidades. “Campinas tem esse privilégio de ser muito profícua, muito aberta, em áreas diversas do conhecimento e sempre a gente fala num problema que é ‘como fazer a pesquisa chegar na indústria, como fazer a pesquisa chegar no consumidor?’ Esse é o grande problema que permeia e o ITAL é um grande exemplo de como fazer isso”, avaliou.
Combate à vilanização dos industrializados
Durante o lançamento da publicação Alimentos Industrializados: A importância para a sociedade brasileira, que encerra a Série ITAL Brasil Trends 2020, o coordenador da Plataforma de Inovação Tecnológica do ITAL, Raul Amaral, esclareceu que o objetivo principal é fornecer informações embasadas e prospecções de forma gratuita para a sociedade, incluindo a indústria do setor. “A maior parte de empresas possuem dificuldades de acesso a informações sobre tendências para realmente incentivar a inovação, o empreendedorismo, novos projetos, que são fundamentais”, afirmou.
O presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), João Dornellas, frisou a relevância da publicação, em especial para desmistificar o termo “ultraprocessado”. “Graças a todos vocês que estão todos os dias nas indústrias da alimentação, graças a organismos como ITAL e graças a pessoas sérias como o Francisco Jardim que nos apoiam é que nós estamos conseguindo levar alimentos a todo mundo e ainda nos falta muito para fazer”, comentou.
“As associações que compõem a cadeia de alimentos de uma forma geral têm tido uma luta sempre grande: diversos embates que nós temos na defesa da segurança dos alimentos e na capacidade de inovação da indústria, lutando para que não haja uma vilanização dos alimentos processados. Processado é significado de segurança e não de coisa nociva”, complementou Alexandre Kruel Jobim, diretor-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Acoólicas (ABIR).