Postado em 12/12/2017 10:29:41
O consumidor está mais preocupado com a origem dos alimentos, buscando alimentos mais saudáveis. Essa foi a conclusão do Instituto de Tecnologia dos Alimentos (ITAL), debatido durante o evento “Desafio 2050”, realizado no último dia 30 de novembro, em São Paulo.
De acordo com o diretor do Instituto, Luiz Madi, o perfil do consumidor mudou nos últimos 20 anos atrás. “Não importa de qual marca seja, isso não é mais a única referência. A pessoa quer conhecer a sua procedência, modo de produção, qualidade, tratamento aos colaboradores, sustentabilidade”, afirma.
O público acompanhou de perto dados sobre os avanços científicos desde o antes até o depois da porteira; além de número sobre desperdício e perda de alimentos, e um debate sobre mitos e fatos com diferentes especialistas: Fillipo Pedrinola, endocrinologista; Caio Carbonari, professor doutor da Universidade Estadual Paulista (Unesp/Campus Botucatu); Elizabeth Nascimento, docente da Universidade de São Paulo (USP/ Toxicologia) e Luis Madi, diretor geral do Ital.
A busca por alimentos “sem” ou “livre de” é uma tendência. “Mas falta respaldo científico e mesmo assim se propaga pelos consumidores como sendo negativos para a saúde, por exemplo, glúten, lactose, transgênicos, gordura trans e os convencionais”, explica Madi.
O ITAL desenvolveu uma plataforma de inovação tecnológica com o website www.alimentosprocessados.com.br, para esclarecer a importância e os benefícios dos alimentos e bebidas industrializados. Além dessa plataforma, o Instituto tem realizado pesquisas sobre outros produtos que podem levar os consumidores a pagarem mais caro, por terem a expectativa de obter benefícios cientificamente não comprovados.
“Particularmente, em relação aos produtos orgânicos existe a crença, por parte dos consumidores, de que são produtos mais saborosos, com maior valor nutricional, maior concentração de vitaminas, aumento da imunidade etc. Porém, os estudos avaliados pelo ITAL relatam que do ponto de vista sensorial e nutricional não há evidência científica para afirmar que os alimentos orgânicos são superiores aos convencionais”, acrescenta.
A pesquisa concluiu que a alegação de que os alimentos orgânicos são mais nutritivos e saborosos é fundamentada em trabalhos específicos selecionados com resultados favoráveis e com várias omissões. “É importante considerar que, desde que sejam empregadas boas práticas de produção, tanto alimentos convencionais quanto orgânicos são seguros, de qualidade e saborosos, podendo ser consumidor sem qualquer receio”, finaliza o diretor.
“É fundamental e gratificante ver o trabalho dos nossos institutos frente à sociedade brasileira que precisa de informação clara e baseada na ciência. O setor de agronegócio, desde a produção agrícola até o produto final nas gôndolas é essencial para a sobrevivência humana, bem como para a saúde econômica do nosso país”, declarou Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
O Desafio 2050 foi uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura - FAO, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa, Associação Brasileira de Agronegócio - ABAG e Associação Nacional de Defesa Vegetal – ANDEF.