Postado em 07/07/2006 00:00:00
Doce, gostoso, versátil e nutritivo. Mesmo reunindo estas características, o mel não consegue ter a adesão que poderia no mercado interno. Desde março, quando a União Européia decretou embargo ao mel brasileiro, por considerar insuficientes o controle de resíduos e qualidade do produto, algumas iniciativas têm sido tomadas para aumentar o mercado interno do produto, como sua adição nas merendas escolares. #O pesquisador do Centro de Química de Alimentos e Nutrição Aplicada, Roberto Machado de Moraes, diz que quem trabalha com a comercialização interna do mel costuma reclamar com freqüência, e essa dificuldade fez com que muitos optassem pela exportação que, na verdade, também oferece riscos, já que as oscilações de preços são freqüentes. Mercado interno Um obstáculo para o interesse do mercado interno pela utilização do mel como alimento é que as pessoas o vêem como um remédio. “Grande parte da população ainda encara o mel como um medicamento. O mel não é um medicamento, o mel é um alimento”, afirma. Mesmo as qualidades nutricionais do mel, que têm como característica central o fato de ser um alimento rico em açúcares e de rápida absorção, não são capazes de atrair o consumidor. Mas, desde o embargo, algumas iniciativas já podem ser vistas no sentido de encontrar maneiras alternativas de escoar a produção, de modo a não prejudicar os produtores compostos, muitas vezes, por famílias. Uma delas foi a inclusão, em alguns municípios do Piauí, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, do alimento na merenda escolar, muitas vezes acompanhas de palestras sobre suas propriedades nutricionais. Moraes afirma que essas iniciativas representam um avanço interessante e acrescenta que é necessário que seja feito um trabalho de divulgação sobre as propriedades do mel e que a ampliação das empresas seria vantajoso. “O que eu acho é que precisa de mais empresas, tanto para reforçar a exportação quanto para ampliar o mercado interno”, defende. A união dos empresários, para o pesquisador, seria essencial nesse sentido. Tendências e mel no ITAL Enquanto isso, pesquisas que caminham no sentido de agregar valor ao alimento e aumentar a diversidade de produtos que têm mel como matéria-prima continuam sendo feitas. Uma tendência que pode ser observada já há algum tempo, segundo Moraes, é a de cosméticos com mel: xampus, cremes hidratantes, sabonetes... E algumas empresas do ramo procuram o ITAL para trabalhos como assessoria para a montagem de laboratório de análise de mel, pesquisas na parte de cristalização e controle de qualidade, tanto da matéria-prima quanto do produto final. Material produzido pela Assessoria de Comunicação Foto: Antônio Carriero Mais informações: 19.3743.1757