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Notícia
Trabalho avalia a qualidade da uva Niágara Rosada
Pesquisa CNPq/Pibic mostrou que muitos produtores comercializavam a fruta com teores de açúcar abaixo do determinado pela legislação

Postado em 18/07/2007 00:00:00

Atendendo a uma chamada do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) para que fossem realizados trabalhos envolvendo a qualidade das frutas, pesquisadoras do ITAL buscaram verificar as características das uvas Niágara Rosada produzidas no Estado de São Paulo. Com as exigências crescentes dos mercados internos e externos e uma legislação que determina os requisitos mínimos de uniformidade dos cachos, aparência, sabor, aroma e sólidos solúveis (teor de açúcar), monitorar esses fatores demonstra ser de grande importância para produtores e consumidores. #A pesquisadora do Grupo de Engenharia e Pós-Colheita (GEPC) Valéria dos Anjos e sua orientanda de iniciação cientifica Fabíola Iasi de Barros Costa definiram, entre as principais regiões produtoras do Estado, as de Louveira e Porto Feliz para trabalhar, envolvendo três produtores de cada uma. “Quisemos monitorar a uva desde antes da maturação para ver o crescimento e a evolução, do Brix [unidade de medida do teor de açúcar], da acidez, da cor, da textura, entre outras medidas”, conta Valéria. Recolheram, assim, amostras e aplicaram uma equação encontrada na bibliografia consultada que tem como variáveis a temperatura média do período, a quantidade de chuva e o teor de açúcar na fruta. Após a poda da uva, coletaram os dados de temperatura e precipitação para calcular o teor de açúcar. Essa etapa teve o intuito de testar a equação, já que seus resultados foram comparados com outros obtidos em laboratório. Como o valor obtido foi muito pequeno, foi estimada uma outra equação obtida a partir dos dados coletados pelo trabalho. “A equação que utilizamos inicialmente tem mais de 20 anos. Como o clima mudou nesse período – naquela época a temperatura era mais baixa –, agora a equação não depende #mais tanto da temperatura, porque a temperatura mais elevada é boa para a uva. Em compensação, a dependência de chuva aumentou”, diz Fabíola acerca das diferenças entre as duas equações. Ainda assim, apenas as frutas de dois produtores apresentaram valores de teor de açúcar acima de 14º Brix, o mínimo exigido pela legislação. As pesquisadoras esclarecem que, encerrado o trabalho, os produtores serão comunicados dos resultados. “Para corrigir isso, as possibilidades passam por tentar trabalhar com irrigação ou aguardar um pouco mais a fruta no pé”, esclarece Valéria. Como a irrigação acarreta um aumento de custos, deixar a uva no pé por mais alguns dias – além dos 120 após a poda, usualmente adotados por produtores – já poderia alterar a equação e aumentar o teor de açúcar. “A equação é mais orientativa em dizer qual fator pode ser melhorado”, completa a pesquisadora. No que se refere à continuidade do trabalho, Valéria pretende repetir o estudo, dessa vez com uvas que recebem a classificação de finas, como Itália, Rubi, Benitaka e Red Globe. Material produzido pela Assessoria de Comunicação Foto: Antônio Carriero Mais informações: 19.3743.1757