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Cacauicultura
Cacau: novo nicho de mercado cresce no estado de São Paulo
Cultura já é produzida em 60 propriedades de 38 municípios de diversas regiões paulistas

Por Comunicação SAA | Postado em 26/05/2025 00:00:00

Produtores Diego Francisco Ferreira da Silva e Jucileide Persegil da Silva, de Mendonça (crédito: Gilberto Marques/SAA)

Os clones de cacau CCN51, PS1319 e BN34, bem adaptados ao clima paulista, demonstram grande potencial produtivo. Essas cultivares fazem parte do programa Cacau SP, desenvolvido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) através da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), em parceria com o Instituto de Tecnologia dos Alimentos (Ital) e a Apta Regional. As plantas se desenvolveram bem, atraindo a atenção dos produtores rurais, em especial da região de São José do Rio Preto.

Para o produtor Diego Francisco Ferreira da Silva, o cultivo de cacau representa uma oportunidade de diversificar a renda e agregar valor a uma cultura promissora. Em 2020, durante a pandemia, ele se envolveu mais ativamente nas atividades agrícolas da família, na propriedade localizada em Mendonça. Em 2021, a família trabalhava com silagem, pecuária leiteira e plantio de grãos. Por iniciativa dos técnicos da Cati, Diego decidiu conhecer mais sobre o cultivo de cacau.

Em 2024, a família separou um hectare de terra para desenvolver experimentos e plantar as primeiras mil mudas de cacau em sistema consorciado com bananeiras. “O sistema se mostrava vantajoso, pois teríamos renda já nos primeiros anos e agregava valor numa cultura promissora, que ainda estava por vir”, afirma Diego. Agora, eles já estão expandindo a área cultivada com cacau para mais um hectare e esperam colher a primeira safra no início de 2026. A propriedade se tornou o Rancho do Cacau e já está desenvolvendo um projeto voltado à produção de chocolates.

“Trabalhamos por meio da agricultura familiar e o cacau se tornou algo atrativo comercialmente. Além disso, também abrimos as portas para o turismo rural. Queremos divulgar um pouco mais sobre a cultura do cacau, desenvolver experimentos e dados científicos”, reforça Diego.

Interesse pelo cacau paulista

O Cacau SP atrai também o interesse de produtores de outras regiões do país, como Joilson dos Santos de Jesus. Técnico agrícola e produtor de cacau, ele saiu da cidade baiana de Igrapiúna, em busca de mais conhecimento e oportunidades em São Paulo e se surpreendeu com o que encontrou na região de Rio Preto. 

Quem também se interessou pelo programa foi a empresária Renata Martucci, de Jaboticabal. Sua matéria-prima vinha da região baiana de Ilhéus, o que, segundo ela, em alguns momentos, gera problemas de fornecimento em relação à longa distância. Após conhecer o Cacau SP, ela já mudou de fornecedor. “Essa proximidade com os produtores encurta distâncias e sana alguns gargalos que tínhamos quanto à matéria-prima”, explica Renata. Adepta do movimento bean to bar e de uma produção sustentável, a empresária produz chocolates artesanais, sem adição de ingredientes artificiais.

Fernando Micheletti, diretor da Cati Regional São José do Rio Preto, atuando pelo Cacau SP em Adolfo (crédito: Gilberto Marques/SAA)

Programa Cacau SP

Hoje, o fruto já é cultivado em 60 propriedades em 38 municípios paulistas com apoio do programa Cacau SP, como explica Fernando Miqueletti, diretor da Cati Regional de São José do Rio Preto. As demais regionais da Cati que apoiam o cultivo são: Andradina, Araçatuba, Araraquara, Avaré, Barretos, Campinas, Catanduva, Dracena, Jales, Limeira, Marília, Mogi Mirim, Piracicaba, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, Rio Preto e Votuporanga. “Esse fato mostra a crescente evolução do Programa que tem ampliado a capilaridade por boa parte do estado”, destaca Fernando.

O agrônomo Fioravante Stucchi Neto, assistente agropecuário da Cati, explica que o cacau inicia sua produção com três anos de idade e vai aumentando de acordo com sua maturidade, atingida entre três e cinco anos. “Em áreas de plantio experimental, já conseguimos colher de dois a três mil quilos da fruta por hectare, superando a média nacional de 350 quilos por hectare”, aponta. Ele lembra ainda que a região de Rio Preto já cultiva o cacau desde 2012, integrado à seringueira.

Em parceria com o Ital, a Cati capacita os produtores no pós-colheita e para o processamento das amêndoas. Trabalho que permite o preparo do chocolate, bem como outros produtos como farinhas, chás e achocolatados. Além da venda direta para fábricas ou consumidor final, Fioravante ressalta que os produtores podem realizar parcerias junto aos governos municipais, para inserir os produtos na merenda escolar, por exemplo. “Um bom exemplo disso acontece em Mendonça, onde os produtores de cacau já atendem 50% das escolas da cidade”, frisa o agrônomo.

Para processar as amêndoas, a Cati criou uma unidade de manejo e processamento no município de Mendonça. O local possui descascador, torrador e moedor, entre outros equipamentos que podem ser utilizados pelos produtores. Além disso, oferecem cursos gratuitos, orientação técnica e toda assessoria sobre o cultivo de cacau. Tudo desenvolvido com sustentabilidade, ampliando ainda mais a rentabilidade no campo. O cacau pode ser cultivado sozinho ou integrado a outras culturas como a seringueira, a banana ou sistemas agroflorestais.

Além disso, a Cati Sementes e Mudas sanou um importante gargalo na cadeia produtiva do cacau, que é a qualidade da muda. Para a cultura do cacau, é mantido um viveiro em Pederneiras, com capacidade instalada para produzir, por ano, 100 mil mudas de estaca, de enxertia e micropropagadas. Também fornecem orientação e formação dos viveiristas para produção de mudas de cacau em São Paulo como uma extensão rural.

Confira o release no site da SAA.

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