Por Gabriela Souza e Andressa Claudino, editado p | Postado em 15/12/2023 00:00:00
O 1º Encontro do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Sanidade na Piscicultura, projeto contemplado em edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) tendo o Instituto de Pesca (IP-Apta) como sede, foi realizado este mês em Pirassununga.
São parceiros do CCD, os institutos de Tecnologia de Alimentos (Ital) e Biológico (IB), ligados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP, a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), a Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA/USP) e a empresa Loccus.
No encontro foram apresentados dados, informações e resultados obtidos nos diferentes temas que compõem o CCD: desenvolvimento de kits de diagnóstico de doenças e de vacina contra bactérias e vírus de peixes; encapsulação de vacina oral; cultivo celular do vírus ISKNV; seleção genética de tilápia e comunicação científica.
Para a coordenadora do CCD, Maria José Tavares Ranzani de Paiva, "o evento proporcionou uma importante e necessária interação entre os membros da equipe, que apresentaram seus resultados, possibilitando que todos se atualizassem quanto ao andamento do projeto”.
Soluções para sanidade na piscicultura
O CCD de Sanidade em Piscicultura visa a melhoria da qualidade da produção de tilápia (Oreochromis ssp), segundo peixe mais cultivado do mundo e principal espécie produzida pela aquicultura nacional. A sanidade na sua criação é a principal preocupação dos envolvidos na cadeia produtiva do pescado, pois vem sendo afetada por doenças emergentes, causadas, principalmente, pela bactéria Francisella orientalis (FO) e, mais recentemente, pelo vírus da Necrose Infecciosa do Baço e do Rim (ISKNV).
Pesquisadores do CCD deram início a um novo ciclo reprodutivo de tilápias resistentes à F. orientalis, por meio de matrizes que foram selecionadas no Laboratório de Genética, coordenado pelo pesquisador Diogo Hashimoto, do Centro de Aquicultura da Unesp (Caunesp). Ao todo serão 100 famílias de reprodutores, sendo produzidas 70 no Centro Avançado de Pesquisa do Pescado Continental do IP, em São José do Rio Preto, e 30 no Caunesp, em Jaboticabal.
Segundo o pesquisador do IP Antônio Fernando Gervásio Leonardo, serão avaliados, mensalmente, comprimento, peso, conversão alimentar, resistência e conformidade do filé. "Em virtude do trabalho genético que está sendo realizado, além de termos peixes resistentes à Francisella, também vamos testar qual dessas famílias tem o maior potencial tanto de sanidade quanto de desempenho zootécnico."
O potencial impacto desse estudo é viabilizar um pacote tecnológico para impulsionar a cadeia produtiva da tilápia na indústria da aquicultura, com segurança alimentar, qualidade genética, valor agregado e melhoria na sanidade aquícola.