Postado em 06/12/2006 00:00:00
A indústria brasileira de frango está em franco crescimento, principalmente a partir da década de 70. Atualmente, o País é o maior exportador do alimento no mundo em volume e em receita cambial. O crescimento quantitativo, porém, dificilmente consegue ocorrer dissociado de um aumento da qualidade no cenário atual, principalmente quando se fala em mercado externo. Assim, a preocupação dos produtores com esse aspecto cresce tanto por uma demanda dos consumidores quanto por exigências crescentes do comércio internacional. Entre indústrias do setor e pesquisadores que trabalham com o assunto, a preocupação com o bem estar animal como ferramenta para melhorar a qualidade da carne já é uma necessidade real e comprovada. E, na cadeia produtiva do frango, um momento em especial pode causar prejuízos e perda de carne: o pré-abate. Dependendo da maneira como ele se desenvolve, pode resultar em danificações na pele, fraturas, hematomas e em um defeito conhecido como PSE, ou seja, a obtenção de uma carne pálida, flácida e exsudativa. Esse é, reconhecidamente, um grande desafio no que se refere à qualidade da carne. Nesse sentido, uma inovação tecnológica que busca minimizar os efeitos negativos do pré-abate por meio da dieta hídrica dos frangos está sendo testada no Centro de Tecnologia de Carnes (CTC). #“Uma coisa é certa: se nós minimizarmos o fator pré-abate, melhorarmos a condição do manejo animal antes do abate, inevitavelmente diminuiremos a agitação desses animais e, com isso, teremos uma redução das perdas econômicas que estão voltadas à qualidade da carcaça e da carne”, defende o pesquisador do CTC Expedito Tadeu Facco Silveira, responsável pela pesquisa Adição de complexo vitamínico na dieta hídrica de frangos e seus efeitos no estresse pré-abate e qualidade da carcaça. O trabalho, motivado pela necessidade de pesquisar novas substâncias que visem diminuir o estresse no período pré-abate das aves, utilizou complexo vitamínico contendo as vitaminas E (anti-oxidante, proporciona menos rancidez, melhor capacidade de retenção da água e estabilidade da cor) e D3 (tem efeito positivo na textura e ameniza o estresse pré-abate), além de um extrato de alcaçuz que tem como princípio ativo a glicirrizina, a qual alivia a pressão sangüínea do animal e pode apresentar efeito redutor no estresse a que as aves são submetidas e que está associado a muitos dos defeitos detectados. Assim, experimento conduzido na cidade de Descalvado, no interior de São Paulo, com 13 mil frangos de corte, possibilitou verificar que os animais que receberam o complexo vitamínico na dieta hídrica apresentaram menos defeitos na carcaça, sem influenciar negativamente nas características da carne analisada. Silveira explica que esse resultado está intimamente ligado à diminuição da agitação das aves na granja, principalmente durante a apanha. Ainda em fase de testes, o produto, se utilizado em escala industrial, tem potencial para promover ganhos para as indústrias, tanto em termos de menor perda de carne ocasionada pela diminuição de traumas a serem removidos, quanto pela conquista e manutenção de mercados. O complexo vitamínico está sendo avaliado, concomitantemente, no CTC e em outros centros de pesquisa ao redor do mundo. O objetivo é, também, achar a melhor proporção dos componentes e a concentração ideal. “Todas as inovações que o ITAL tem testado fazem parte da nossa missão. Colocamos-nos à disposição da indústria de alimentos”, conclui Silveira. Material produzido pela Assessoria de Comunicação Foto: Antônio Carriero Mais informações: 19.3743.1757