Postado em 07/06/2006 00:00:00
Os envolvidos no ramo do cacau, ou quem conhece sua importância na história da economia brasileira, sabem o pesadelo que a vassoura-de-bruxa representa. Esta praga foi a responsável direta pela redução de cerca de 60% da produção nacional e pela queda do Brasil da segunda colocação de produtor de cacau no mundo, para a quinta. #Em harmonia com iniciativas realizadas no sentido de combater os efeitos da vassoura-de-bruxa, a pesquisadora do CEREAL CHOCOTEC, Priscilla Efraim, trabalha, desde 2004, com clones de cacau resistentes à praga. E ela se adianta em esclarecer. “Como muita gente já me perguntou, é importante dizer que não se trata de transgênicos. Na verdade eles são tipos distintos de cacau que têm a parte genotípica diferente”, esclarece. Metodologia Estudos com estes clones resistentes já vêm sendo feitos e as sementes distribuídas desde 1995 pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), órgão do Governo Federal. Mas a pesquisa de Priscilla tem um diferencial: além da resistência à vassoura-de-bruxa, ela busca verificar a qualidade do chocolate produzido, quando esses clones são utilizados como matéria-prima. Assim, a metodologia aplicada incluiu a escolha dos nove primeiros clones resistentes distribuídos aos produtores de cacau pela CEPLAC para serem comparados com o cacau tradicional, suscetível à praga. Foram, então, pesquisadas a composição química e as características de sabor de cada um. A seguir, foram produzidos chocolates para a análise sensorial, fase em que a pesquisa se encontra no momento. Segundo Priscilla, a pesquisa vem preencher uma lacuna no melhoramento genético destes clones. “A gente pode escolher um cacau de melhor aproveitamento de sabor, de melhor potencial industrial...”, conta. Ainda assim, ela diz que todos podem ser aproveitados. Principalmente se a tendência de produção de diferentes tipos de chocolate para nichos de mercado distintos for seguida. Continuidade As perspectivas para a pesquisa, que é realizada em parceria com a Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp e a CEPLAC, é de que a análise dos clones resistentes se torne constante. Como a vassoura-de-bruxa se modifica com muita facilidade, o que obrigará o Brasil a conviver com a praga, a necessidade de pesquisas de melhoramento genético é contínua. Há, deste modo, um desejo da CEPLAC de continuar com a pesquisas e utilizar os mesmos procedimentos para posterior comparação de outras variedades de clone. Assim, tanto os produtores de cacau, quanto os processadores (que obtêm liquor e manteiga de cacau) e as indústrias de chocolate seriam beneficiadas. Sem falar nos “chocólatras” de plantão. Material produzido pela Assessoria de Comunicação Foto: Antônio Carriero Mais informações: 19.3743.1757