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Espantar a mosca é uma questão de saúde
Pesquisa alerta para a presença de patógenos em mosca doméstica que podem ser carreados para queijo minas frescal apenas por contato

Postado em 27/02/2007 00:00:00

Se o contato de moscas (Musca domestica) com alimentos já é motivo de incômodo e de certo nojo para a maioria das pessoas, pesquisa realizada no ITAL confirmou que deve também gerar preocupação e cuidados. A pesquisadora Gina M. B. Quirino Cardozo, do Lafise (Unidade Laboratorial de Referência de Análises Físicas, Sensoriais e Estatística), dedicou sua tese de mestrado, defendida no último dia 22, a estudar a microbiota do inseto e conhecer como – e se – ele transmite patógenos para produtos alimentícios processados. Gina trabalhou com um produto específico: o queijo minas frescal. A razão da escolha foi o fato de a produção artesanal de alimentos lácteos muitas vezes ocorrer em condições inadequadas de higiene. Baseando-se nos contaminantes mais freqüentes em queijo e ligados a surtos de doenças causadas por alimentos, foram estudados quatro microorganismos patogênicos: Salmonella spp., Staphylococcus aureus, Listeria monocytogenes e Escherichia coli. #As etapas da pesquisa incluíram, assim, a avaliação da presença de microorganismos patogênicos em moscas capturadas em diferentes locais de fabricação do queijo artesanal; a determinação do potencial de transmissão desses microorganismos para queijo ultrafiltrado; a avaliação das condições de higiene do local relacionando a microbiota presente nas moscas, no leite e no queijo do mesmo lugar de fabricação; e a avaliação da capacidade do inseto de promover a contaminação cruzada de habitat contaminado para queijo minas frescal. Embora a preocupação do contato da mosca com alimentos seja antiga, o momento da realização do trabalho teve uma motivação específica: a mudança na legislação que trata de matérias estranhas em alimentos embalados (Resolução – RDC nº 175, de 8 de julho de 2003, da Anvisa). “Antes, a legislação preconizava limites permitidos para fragmentos de insetos e outras matérias estranhas para alguns alimentos ou exigia a ausência de sujidades, parasitos e larvas. Agora, a legislação vigente não permite a presença de matérias estranhas prejudiciais à saúde humana”, explica a pesquisadora. Estão contidas nesta resolução, deste modo, as matérias estranhas que podem oferecer risco à saúde humana, entre elas os insetos e animais reconhecidos como vetores mecânicos de microorganismos patogênicos. Como a RDC não cita quais são estes vetores, a intenção do trabalho foi verificar o que a presença da mosca doméstica pode acarretar de contaminação microbiológica para o queijo. Outra motivação foi a ausência de trabalhos semelhantes. Gina encontrou referências – e em número reduzido – que tratavam apenas da microbiota do inseto, sem relacionar a contaminação presente na mosca com sua transmissão para o alimento. As conclusões da pesquisa são um alerta para os órgãos responsáveis pela vigilância sanitária, produtores e consumidores do queijo. “Dos patógenos estudados, apenas Listeria monocytogenes não esteve presente na microbiota das moscas coletadas. É importante destacar que essa contaminação está ligada ao ambiente em que o inseto vive, geralmente locais sujos, onde a contaminação é elevada”, enfatiza Gina. Essa contaminação presente tanto externamente, em seu esqueleto, como no trato digestivo, pode ser carreada para o alimento por meio do contato com a mosca. Dependendo do nível de contaminação, o microorganismo patogênico presente no alimento pode levar até à morte. Por isso, Gina defende que os resultados da pesquisa devem servir de alerta para os envolvidos com o setor. Ao consumidor, o conselho é tomar alguns cuidados, tanto com relação ao queijo, principalmente os artesanais, quanto a outros alimentos. Em restaurantes, é recomendável observar o ambiente para verificar a higiene e se há presença de insetos. Em casa, uma dica é utilizar telas nas janelas e portas e também a raquete mata-moscas. Outra recomendação é evitar que o alimento pronto fique exposto à presença destes insetos e que seja consumido, preferencialmente, logo depois do preparo. A pesquisadora defende que, embora os resultados obtidos sejam referentes especificamente ao queijo minas frescal, já que o alimento tem características físico-químicas que favorecem o desenvolvimento da microbiota estudada, pesquisas semelhantes devem ser desenvolvidas com outros vetores e produtos. Material produzido pela Assessoria de Comunicação Foto: Antônio Carriero Mais informações: 19.3743.1757

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