Por Jaqueline Harumi | Postado em 18/09/2020 11:16:52
As tecnologias que viabilizarão os novos direcionadores de mercado foram abordadas durante a Série Webinar Alimentos e Bebidas, promovida em julho pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e que em seu primeiro dia (14) contou com palestra de Luis Madi, diretor de Assuntos Institucionais do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Diante de representantes do setor de alimentos e bebidas e dos institutos Senai, Madi abordou tendências de ingredientes, alimentos, bebidas e embalagem.
"Todos os municípios praticamente têm alguma indústria ou miniempresa de alimentos, bebidas ou embalagem. É um segmento muito importante que gera mais 1,6 milhão de empregos diretos e é extremamente estratégico. Em 2019, teve quase R$ 700 bilhões em faturamento, representando 26% da indústria de transformação", ressaltou o diretor, que lembrou do papel essencial do agronegócio durante a pandemia, tanto no setor agrícola quanto no agroindustrial.
Para Madi, a evolução do Brasil no segmento de alimentos e bebidas será possível através da consolidação de produtos de maior valor agregado, levando em consideração o desejo do consumidor, que inclui atenção ao e-commerce, à embalagem e à redução de desperdício, uma melhor organização de PD&I, qualidade, preço e a imagem do Brasil, além das tendências de consumo, oportunidade em que apresentou alguns destaques dos estudos Brasil Food Trends 2020, Brasil Beverage Trends 2020, Indústria de Alimentos 2030 e Pães Industrializados, da Série Alimentos Industrializados 2030, todos coordenados pela Plataforma de Inovação Tecnológica (PITec) do Ital.
Também foram mencionadas relevantes iniciativas do Ital com foco na inovação. Com foco em aproveitamento de resíduos da agroindústria para obtenção de ingredientes para alimentos e bebidas, foram citados o Centro de Projetos Fraunhofer para Inovação em Alimentos e Recursos Renováveis no Ital e a Plataforma Biotecnológica Integrada de Ingredientes Saudáveis (PBIS), parceria do instituto com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e uma das propostas de Núcleos de Pesquisa Orientada a Problemas no Estado de São Paulo (NPOP) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Outras novidades recentes listadas foram o Centro de Inovação em Proteína Vegetal (PRO-VEG), formado por pesquisadores das diferentes unidades técnicas do Ital, e a parceria com o TechStart Food Innovation, programa de aceleração dedicado ao segmento de ingredientes, alimentos, bebidas e embalagem, com inscrições abertas até 27 de setembro.
"A minha recomendação é que o Ital, a Embrapa e as várias faculdades de Engenharia de Alimentos continuem e busquem os estudos de tendências de alimentos e bebidas. No Ital, nós criamos a Plataforma e vamos continuar com esses estudos até 2024", disse o diretor, fazendo referência ao projeto Alimentos Industrializados 2030, que abrange uma segunda edição da publicação Indústria de Alimentos 2030 e a continuidade da série Alimentos Industrializados 2030, que abordará iogurtes, sucos, hambúrgueres, biscoitos, sorvetes, salsichas, margarinas, barras alimentícias e pratos prontos.
"Temos uma chance muito grande de nos próximos dez anos de passar de celeiro do mundo, já que o Brasil em termos de produção mundial é o maior produtor de alimentos, para supermercado do mundo, pois temos um potencial maior ainda, mas precisamos melhorar seis pontos: governança, PD&I, sistema regulatório, infraestrutura, recursos humanos e nossa imagem", finalizou.
Fazendo referência a tendências apresentadas por Madi, Diego Barreto, que representou a iFood para falar sobre e-commerce, frisou o papel essencial da evolução e da ciência. "Aprender é muito importante inclusive para que você possa ter o melhor do que está sendo criado e assim seu produto e seu serviço sejam bons", ponderou.
