Postado em 03/07/2006 00:00:00
Praticidade e conforto. Estas são as últimas palavras na indústria de alimentos, que, como todos os outros ramos industriais, não pode mais desconsiderar o perfil e os hábitos do consumidor. Os alimentos minimamente processados, que invadem os mercados, mas que muitos ainda não conhecem por esse nome, é expressão e resultado desta tendência. Minimamente processados, como o nome já adianta, são alimentos, com ênfase em frutas e hortaliças, especialmente alface, rúcula, cenoura, vagens, que passaram por um pequeno processo na direção de facilitar a vida do consumidor mantendo as características sensoriais e nutricionais originais. Segundo a pesquisadora da microbiologia, Neliane Ferraz de Arruda Silveira, nestes casos processo mínimo constitui em, por exemplo, lavar, descascar, cortar ou fatiar, embalar cru e armazenar sob refrigeração. Mas a praticidade não é a única tendência quando se fala destes produtos. Neliane conta que outros conceitos são importantes na hora de pensar a expansão destes alimentos. “Existe uma tendência crescente no mercado de alimentos atualmente, que é o consumo de produtos alimentícios cada vez mais próximos aos naturais, valorizando o sabor original, mantendo a qualidade nutricional e propriedades sensoriais, observando as condições higienico-sanitárias da obtenção desses produtos”, explica. Mercado e pesquisas O mercado de minimamente processados está em expansão e tem endereço certo. “Direciona-se a um perfil de consumidor - especialmente a pessoas que trabalham fora, têm menos tempo de preparo de alimentos, ou são proprietários de lanchonetes/lojas de fast food que necessitam cada vez mais de praticidade no preparo de seus produtos. A tendência deste mercado é realmente a de crescimento significativo, e esse fenômeno vem ocorrendo desde a década de 90. Ainda há de se considerar que os hortifrutícolas minimamente processados são produtos com valor agregado maior se compararmos com os naturais, uma vez que são produtos que tem a vantagem de serem aproveitados integralmente”, conta Neliane. #Mas, uma adesão ainda maior a este tipo de produto envolve pesquisas para solucionar algumas questões. Os riscos de natureza microbiológica chamam especialmente a atenção, já que muitas operações feitas manualmente, como corte, lavagem e embalagem, aumentam a possibilidade de ocorrer este tipo de contaminação. Mas estes problemas podem ser contornados pela adoção de boas práticas ligadas a um programa de controle de qualidade que dê uma atenção maior aos pontos críticos, como a lavagem. “As pesquisas mostram que o uso de sanitizantes na água de lavagem (cloro, ozônio e outros) reduz o perigo de contaminação microbiana nesse produto e deve ser adotado”, exemplifica Neliane. Uma pesquisa realizada no ITAL foto, por Neliane e a pesquisadora do Fruthotec Shirley Berbari, comprovou que, nesse caso, o ozônio funciona tão bem quanto o cloro e em um tempo menor. A pesquisadora chama a atenção, ainda, para que pesquisas nesse sentido continuem a ser desenvolvidas, já que as informações ainda são escassas no país, assim como para a criação de uma legislação que proteja o consumidor com relação a qualidade do produto. “Quanto a legislação, podemos dizer que esta já está sendo elaborada, a nível estadual, (Estado de São Paulo) para produtos hortifrutícolas minimamente processados e a uma legislação a nível federal provavelmente será elaborada logo após esta”, conta Neliane. E pesquisadores do ITAL, das áreas de Microbiologia de Alimentos e do Grupo de Engenharia de Pós-colheita (GEPC), participam ativamente da elaboração da legislação estadual. Assim, ao pensar a praticidade que esses alimentos proporcionam, é essencial não deixar de lado o fator qualidade e segurança, já que já foram encontrados produtos contaminados. Tanto ao consumidor quanto ao produtor cabem alguns cuidados. “Recomenda-se que o processamento inclua as boas praticas de fabricação, sejam conservados em refrigeração, e consumidos dentro do tempo estipulado pelo produtor”, conclui Neliane. Material produzido pela Assessoria de Comunicação Mais informações: 19.3743.1757