Solicite um Orçamento

Notícia
Pesquisa busca maior precisão e exatidão na expressão de resultados de ensaios de migração de componentes de embalagem para alimentos
Na busca por produtos mais seguros, desvios de resultados inerentes a métodos analíticos foram estimados por pesquisadores do CETEA

Postado em 10/10/2006 00:00:00

A embalagem de produtos alimentícios pode atrair o consumidor por diversas razões: pela mensagem contida no rótulo, pela beleza, pelo formato, pela praticidade, pela consistência... Ciente disso, indústrias de alimentos e de embalagens sempre buscam investir em inovação para exercer uma atratividade cada vez maior e ser cada vez mais eficiente em captar e atender a demanda do mercado. Muitos aspectos envolvendo os recipientes, porém, escapam ao consumidor final. Segundo a pesquisadora do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA), Elisabete S. Saron, o setor envolve muito mais cuidados do que parece. “O segmento de embalagem é tão abrangente, que a maioria dos consumidores não imagina quão complexo é”, revela. Uma preocupação muito presente no setor, mas que passa despercebida pelo consumidor, é com relação às possíveis reações de interação química entre as embalagens e os alimentos. A despeito dessa despreocupação, a legislação trata da regulamentação de cada material utilizado para a produção de embalagens e pesquisas são realizadas para determinar os possíveis riscos destas interações e transferência de substâncias migrantes para os alimentos, que de alguma maneira, possam tornar o produto impróprio para o consumo. Existem vários ensaios analíticos que visam simular estes processos de interação, os quais determinam qual o potencial de migração de componentes da embalagem para simulantes de alimentos. Após a habilitação dos laboratórios do ITAL na Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde – REBLAS, a equipe de pesquisadores do CETEA tem trabalhado na estimativa das incertezas de medição de métodos aplicáveis à avaliação de embalagens, onde se verificou a necessidade da contratação de uma consultoria para auxiliar no desenvolvimento dos trabalhos, sendo contratada a empresa ESTATCAMP Consultoria em Estatística e Qualidade. Em julho de 2004, os pesquisadores do CETEA, com o auxílio da ESTATCAMP, iniciaram um projeto que teve o objetivo de estimar os “desvios” que podem ocorrer nos resultados de dois ensaios - migração específica de metais de papel e migração total de componentes de material polimérico. O trabalho procurou calcular o erro que invariavelmente ocorre na obtenção de um valor numérico a partir de uma análise química. O objetivo foi determinar as incertezas de medição destes métodos e implementar este controle estatístico nas atividades relacionadas com esta área. Elisabete explica que estes “desvios” acontecem e são inerentes aos processos de medição analítica, porém podem ser determinados. “É preciso pensar em todos os fatores que podem interferir na determinação analítica, tentando determinar quanto o valor encontrado desvia do valor real”, explica. Algumas razões desses “desvios” são efeitos de variações: de temperatura, de voltagem na rede elétrica, do conteúdo volumétrico das vidrarias, dos equipamentos analíticos utilizados, da execução do mesmo procedimento por diferentes analistas, dentre outros. Deste modo, não é possível dizer que se obteve um valor exato, ele sempre será acompanhado de um valor para mais e/ou para menos. Alguns setores industriais, porém, foram os primeiros a se preocupar mais com esse “desvio” e a perseguir uma maior exatidão e precisão. Um deles foi o setor farmacêutico, pois a precisão e exatidão da dosagem dos componentes de um medicamento podem ser vitais para o paciente. Esse precedente fez com que fosse possível ter uma referência para adaptar os processos à indústria de alimentos. Mas, segundo Elisabete, mesmo contando com essa base, os desafios foram resolvidos conforme apareceram durante o trabalho. No início e durante o desenvolvimento do projeto não foram identificados na literatura trabalhos com relação à aplicação do cálculo de incerteza de medição especificamente para ensaios de avaliação de materiais de embalagem. O trabalho foi dividido em duas partes. Na primeira, foram validadas as metodologias analíticas empregadas nos ensaios de migração de metais e migração total. E a segunda, concluída em agosto deste ano, se dedicou a calcular as estimativas de incertezas de medição propriamente ditas. Embora tenham sido utilizados dois materiais específicos – papel no caso da migração de metais e material polimérico para a migração total –, o processo pode ser adaptado aos outros tipos de materiais. Deste modo, a implementação desse recurso será um parâmetro adicional para as indústrias de alimentos e usuários finais dos materiais de embalagem assegurarem a qualidade dos seus produtos, propiciando consequentemente mais segurança ao consumidor final. A empresa ESTATCAMP está desenvolvendo um software para a realização dos cálculos, os quais serão apresentados nos relatórios relativos a estas determinações. Elisabete diz que o próximo passo será aplicar a experiência adquirida a outros ensaios de avaliação de materiais de embalagem. Material produzido pela Assessoria de Comunicação Mais informações: 19.3743.1757